Tragédia na Região Serrana do Rio completa dez anos de tristes lembranças

Mais de 900 pessoas morreram e 30 mil ficaram desalojadas; Governo do Estado decretou luto oficial de três dias e anunciou investimentos na recuperação ambiental
Fotos: José Patrício/ Divulgação/ Governo do Estado

Já se passaram dez anos da madrugada que mudou a vida de muitas pessoas e os cenários de cidades na Região Serrana do Rio de Janeiro. Nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011, a natureza causou estragos na Região Serrana, o desastre natural é considerado um dos piores ocorridos no Brasil. Parecia cenário de guerra: centenas de mortos; casas e prédios reduzidos a destroços; grandes deslizamentos de terra, que levaram tudo o que tinha pela frente; muita lama; equipes atuando por várias partes das cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, as mais afetadas. Outros municípios como São José do Vale do Rio Preto e Bom Jardim também foram afetados pelas fortes chuvas. Mesmo após anos, as marcas da tragédia ainda permanecem naqueles que a viveram. A catástrofe deixou 918 mortos e 30 mil desalojados. Segundo o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público Estadual, até hoje 101 pessoas ainda são consideradas desaparecidas. (continua após a imagem)

Em 2017, o SF Notícias conversou com a enfermeira Celma Maria Soares, com 33 anos na época, que viu de perto os acontecimentos que hoje marcam a memória de todo o país. Ela relembrou os momentos de pavor vividos enquanto trabalhava como voluntária em um abrigo de Nova Friburgo. Segundo ela, o primeiro ponto da tragédia aconteceu na noite do dia 11, quando um prédio caiu no bairro Olaria. Ao amanhecer, Celma se aprontou e saiu para trabalhar, mas como estava em um bairro que foi pouco atingido, não fazia ideia do que havia acontecido em outros pontos da cidade. O desastre aconteceu em uma terça-feira e somente no sábado a enfermeira conseguiu ir para casa. “Quando consegui ligar pra casa, meu marido disse que só tinha bolinho de trigo com água e sal para comer. Consegui ir até lá só no sábado levar alimentos. Abençoei meus filhos e voltei para ajudar os desabrigados” – relatou. Reveja a matéria AQUI.

Para marcar os dez anos da tragédia causada pelas chuvas, o governador em exercício Cláudio Castro decretou a transferência da sede do governo para os municípios de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, e luto oficial em todo o Estado do Rio neste domingo, segunda e terça (10, 11 e 12). O Governo do Estado do Rio anunciou que vai investir cerca de R$ 220 milhões na recuperação ambiental de Nova Friburgo, com serviços de urbanização de margens de rios, desassoreamento e canalização. Neste domingo (10), foram iniciadas as ações de limpeza do Córrego Dantas por meio do programa Limpa Rio, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) (foto ao lado). A previsão é retirar cerca de 34 mil metros cúbicos de sedimentos do Córrego Dantas para destinação ambiental adequada.

As próximas ações previstas para Friburgo contemplam a substituição de sete travessias ao longo do Rio Bengalas e de quatro travessias sobre o Córrego Dantas. Além disso, será dada continuidade aos trabalhos de recuperação ambiental do Rio Bengalas e do Córrego Dantas com desassoreamento, canalização e contenção de terrenos inclinados na beira de rios, os taludes. A Secretaria do Ambiente também vai atuar na urbanização da margem do Córrego Dantas com a recuperação de via existente e implantação de ciclovia e de um parque fluvial.

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