Banho de cachoeira no verão: órgão alerta para riscos de cabeça d’água em dias de chuva

Recentemente o fenômeno foi registrado em São Fidélis e Santa Maria Madalena, na Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Desengano

Quem gosta de passear e curtir um banho de cachoeira durante o verão deve ficar atento a alguns sinais que podem colocar banhistas em perigo. Durante essa época, quando são comuns chuvas fortes, o ideal é evitar o mergulho em dias de tempo instável, pois há incidência de raios e a possibilidade de ocorrer deslizamentos de terra, quedas de árvores e, em situações extremas, pessoas serem arrastadas por enxurradas provocadas pelo fenômeno conhecido como cabeça d’água, que é o aumento rápido e repentino do nível de um rio corrente ou cheio, devido às chuvas nas cabeceiras ou em trechos mais altos de seu percurso. “Em caso de previsão de chuva, nós devemos evitar locais próximos a rios e cachoeiras. Cabeça d’água pode ser definida como uma poderosa enchente, já a tromba d’água está associada a vento forte, em rotação, sobre a água. São situações de extremo risco”, explicou André Veiga, biólogo e gerente das unidades de conservação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

continua após o vídeo

Até março, o Rio de Janeiro passa pelo período de maior incidência de chuvas. Por isso, essa é a época de maior risco de cabeças d’água. Muitas vezes os banhistas são surpreendidos por correntezas repentinas a quilômetros de distância do local de chuva. André Veiga alerta que a melhor ferramenta para não correr risco é a prevenção. “Antes de sair de casa, verifique a previsão do tempo. Se o prognóstico indicar possibilidade de chuva forte com raios e trovões, a dica é adiar o passeio. Além disso, para quem já está na cachoeira, é necessário ficar atento às pedras escorregadias e trechos com rochas soltas. Os banhistas devem evitar mergulhos em cachoeiras elevadas”, observou Veiga. Se o visitante, mesmo assim, for pego desprevenido por um temporal, as orientações são nunca se abrigar sob uma árvore e evitar locais abertos como campos, praias e piscinas. Se estiver dirigindo, permanecer no veículo e nunca ficar próximo a redes de energia elétrica.

Em novembro o SF Notícias publicou um alerta feito pelo Parque Estadual do Desengano, que fica entre os municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos. O Parque, que é o último remanescente florestal contínuo de expressiva extensão do Norte Fluminense, é recheado de rios e cachoeiras, e é comum acontecer esse fenômeno no PED. O período entre outubro e março é o de maior incidência de chuvas na região, podendo chover até 80% de toda a pluviosidade do ano. As cabeças d’água ocorrem quando chove na cabeceira (nascente) de um rio, ampliando rapidamente seu fluxo. O nível das águas pode subir vários metros em poucos segundos. As imagens abaixo são da Cachoeira do Roncador, no Sossego do Imbé, em Santa Maria Madalena. (continua após o vídeo)

Segundo o gestor do parque, Carlos Dário, o risco ocorre em todas as cachoeiras não somente do PED, mas de qualquer curso de água em área de grande declive. A orientação da equipe do PED é evitar o banho em rios e cachoeiras durante e após períodos de chuva, pois existe um grande risco de deslizamentos de terra, raios, quedas de árvores e em casos mais graves, o risco de ser arrastado pela enxurrada. Em caso de emergência a orientação é acionar a Defesa Civil (199); Corpo de Bombeiros (193) ou a equipe do Parque (22) 2561-3072.

Recentemente o fenômeno foi registrado em áreas no entorno do Parque, na chamada Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Desengano. Um deles foi registrado no primeiro dia de dezembro de 2020, na região de Bela Joana, na zona rural de São Fidélis (reveja o vídeo AQUI). Já no dia 05 do mesmo mês o fenômeno foi registrado na zona rural de Santa Maria Madalena, no córrego do Leitão, que forma a Cachoeira do Escorrega (reveja AQUI)

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