
O assoreamento do Rio Paraíba do Sul volta a preocupar a população, e principalmente os pescadores de São Fidélis, município que é o mais castigado pela pior estiagem da história. Desde junho do ano passado, produtores, agricultores e pescadores estão contabilizando prejuízos.
O SF Notícias já mostrou em várias reportagens, os estragos causados pela estiagem, e a redução no número de peixes, pois devido a seca, muitos não conseguiram se desovar no período da piracema.
Mais de um ano após o início da estiagem, a situação volta a preocupar, pois chegamos ao período de estiagem, e quase não choveu no verão. O Rio Paraíba do Sul voltou a baixar, e nesse domingo, segundo o Corpo de Bombeiros, marcava apenas 30 centímetros na vara de medição.
Para o ambientalista Aristides Soffiati, os rios da região sudeste do Brasil estão enfrentando a maior estiagem já registrada em tempos históricos. Segundo ele, a vazão reduziu-se de forma exagerada, e aestiagem, foi agravada pelo desmatamento, pelas barragens visando geração de energia elétrica e regularização do rio, e pela grande transposição para o Rio Guandu.
Nesse atual estado em que se encontra o rio, é possível atravessar o seu leito, com água abaixo da canela em alguns pontos. Perguntamos ao ambientalista, se chegaria ao ponto de ter que colocar máquinas dentro do rio para retirar a areia e abrir caminho para a água, pois em muitos trechos, já é possível ver o fundo do rio de um lado ao outro.
Aristides disse que essa não seria uma solução definitiva, pois rapidamente os canis abertos entre São Fidélis e a foz vão se fechar pelo transporte de areia, pela pouca água do rio e pelo mar. Ao ser questionado se existiria algo que pudesse ser feito para que não chegasse numa situação pior, o ambientalista afirmou que a
situação atual do Rio Paraíba, já é a pior, e que isso, é resultado de intervenções agressivas na bacia, pensando-se que nunca chegaríamos à aituação atual.
“Não se pode fazer milagre. Precisamos de uma cheia muito grande no próximo período de chuvas e de todo um trabalho paciente de reflorestamento de nascentes, de pontos de recarga e de margens. Além do mais, não se pode aceitar nenhuma barragem mais nos rios que forma a bacia do Paraíba do Sul. Estamos colhendo a tempestade dos ventos que semeamos”, concluiu Aristides Soffiati.
Vale lembrar que em janeiro, começam as obras da construção da usina hidrelétrica de Itaocara. Reveja as matérias sobre a construção da usina.
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