A obra para a construção da hidrelétrica de Itaocara começa em janeiro de 2016, mas o projeto que se arrastava há anos, trás com ele diversos questionamentos quanto aos impactos negativos para o meio ambiente, e positivos para a região. Durante uma conversa com nossa equipe, o diretor e o coordenador do Consórcio UHE Itaocara, responsável pelas obras, falaram sobre o tema.
Entre as discussões que se arrastam, está as condições do Paraíba para a pesca. Segundo o diretor do consórcio, Luiz Carlos Amarilho, foram feitas diversas reuniões com pescadores juntamente com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), no programa de atendimento ao pescador. Para Luiz, a área onde se concentra a pesca na região, fica em São Fidélis.
“Estamos com um convênio com uma universidade, onde a mesma, está fazendo um cadastro dos pescadores que atuam nos municípios afetados pela usina”, disse Luiz.
O coordenador do consórcio, Mário Trento, disse que o IBAMA autorizou que fosse feito um convênio com a Universidade Federal São José Del Rei, para levantar a situação socioeconômica individual de cada pescador, registrado na Colônia de Pescadores de São Fídelis, a Z-21, que abrange os municípios de São Fidélis, Itaocara, Aperibé, Pádua, Cambuci e Cantagalo, além de pescadores que não fazem parte da colônia, e que atuam no rio.
A universidade também irá acompanhar o desembarque pesqueiro, para saber o que os pescadores conseguem extrair do rio durante uma semana, um mês, ou um ano, para que possamos ter uma ideia de quanto iremos indenizar a família. A obra irá promover o aumento na circulação de renda, aumento no recolhimento de ICMS, de impostos municipais e a crianção de uma área compensatória devido a área que foi inundada.
A construção também vai ajudar na carreira de muitos jovens, pois 900 pessoas da região serão beneficiadas com cursos profissionalizantes, oferecidos pelo consórcio em parceria com o Senai e Sesi, além de áreas de recompensação pelos danos provocados.
Ao todo serão oferecidos 1.200 empregos diretos no pico da obra, e 2.200 indiretos. Para quem deseja trabalhar na obre, deve enviar currículos para o seguinte e-mail: [email protected]. O consórcio disponibilizará em seu site, um campo para que interessados possam redigir seus currículos e enviá-los. Serão criados também, em parceria com as prefeitura, pontos de coleta em municípios da região.
O município de Itaocara precisa está preparado para o desenvolvimento e o crescimento populacional que podem ocorrer com a construção da usina. Na próxima matéria sobre o assunto, iremos mostrar o que os ambientalistas falam sobre o projeto. Também iremos mostrar o que pescadores e o prefeito de Itaocara falaram.
“Um projeto como esse afeta a vida das pessoas, e sempre terá os contras e os que estão de acordo. Existe gente que é contra só por ser contra”, concluiu Luiz Carlos.