
Além de estar enfrentando a pior estiagem dos últimos 45 anos, a pior seca da história do Rio Paraíba do Sul, fazendo com que a prefeitura decretasse situação de emergência, São Fidélis também está passando pela pior temporada de queimadas já vista no município.
Os focos estão espalhados por todos os pontos do município, e em alguns dias, a cidade amanheceu com uma fumaça branca, vinda dos locais de queimadas.
Algumas das áreas atingida ficam em locais de difícil acesso, dificultando o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate as chamas.
O número de registros aumentaram, dobraram e triplicaram em relação ao mesmo período de estiagem do ano passado. Segundo dados oficiais do Destacamento 2/5 do Corpo de Bombeiros de São Fidélis, entre janeiro a setembro de 2013, foram registrados apenas 14 incêndios em vegetação.
Já entre janeiro a setembro de 2014, o número de ocorrências triplicaram, somando 45 chamados por toda a cidade, deixando os Militares em alerta. O número de ocorrências não para de crescer, e só nos últimos dias de outubro, o Destacamento recebeu mais de seis novos chamados, três deles, no mesmo dia.
No último dia 11 de outubro, um incêndio de grandes proporções destruiu uma grande área de vegetação no município, e o fogo que começou em um morro onde estão as antenas de televisão, próximo ao bairro Jonas de Almeida e Silva, se alastrou e para morros vizinhos na região da Penha e localidades de Palmital, Vargem Grande e São Benedito.
Já durante toda esta quarta-feira, o Corpo de Bombeiros de São Fidélis registrou mais três queimadas em pontos diferentes, sendo elas, às margens da RJ 158, próximo a uma pedreira, e nas localidades de Laranjal e Canjiquinha.
Em vários pontos as chamas chegaram próximas as residências, deixando os moradores preocupados. Devido ao grande número de queimadas, alguns Militares que estavam de folga, estão sendo chamados para ajudar no combate aos incêndios.
Em entrevista a nossa redação, o ambientalista Aristide Soffiati disse que a região sudeste, em que São Fidélis se insere, está passando por uma seca prolongada, a mais longa já registrada, e que ela decorre de fenômenos meteorológicos convencionais, mas também das mudanças climáticas globais e do desmatamento da Amazônia.
Segundo o ambientalista. o déficit hídrico no ar, ou seja, a umidade relativa do ar está muito baixa e os Rios estão com pouca água. Daí a facilidade de incêndios em vegetação nativa. Ainda de acordo com Soffiati, a mata nativa pega fogo com facilidade por também estar ressecada.
“Os incêndios podem ser caudados por práticas humanas, como a queima de canavial oi incêndio proposital, tanto por causas naturais, como a combustão espontânea. A fauna é apanhade de surpresa”, disse Aristide.
Soffiati concluiu dizendo que a escassa e estressada com a seca, os animais fogem e podem acabas na cidade, onde geralmente são aprisionados ou mortos pelas pessoas.
Outros não conseguem fugir e acabam morrendo por asfixia ou por fogo mesmo, acelerando assim o processo de extinção da fauna nativa.
Alguns desses incêndios podem ter sido causados por atitudes criminosas, ou até mesmo por alguns produtores rurais com a finalidade de limpar mais rápido o pasto, mas acabam perdendo o controle do fogo e as chamas se alastram com facilidade devido a seca e o vento forte.
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