Faltam menos de duas semanas para o fim da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, mas somente 22,1% do público-alvo foi vacinado. A baixa cobertura vacinal acende um alerta para o risco de retorno da doença, erradicada do Brasil. Para acender o alerta aos pais e responsáveis, a ex-professora Jacilane Lopes Marques Gouvea, moradora de São Fidélis, está utilizando suas redes sociais para contar sua história. Ela teve poliomielite com 1 ano e 11 meses, teve sequelas e depois dos 35 anos começou a desenvolver a Síndrome pós-polio.
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A Síndrome pós-poliomielite é uma desordem neurológica generalizada. “Eu fiquei com dor neuropática, tem pessoas que ficam com problemas pra respirar, tem outras que ficam acamadas. Eu andei por um bom tempo e já tem três anos que estou sem poder me locomover. É uma doença degenerativa” – disse em entrevista à Helma Lúcia.
Jacilane, que sente na pele as consequências desta grave doença, se mostra indignada com a baixa procura pela vacina no país e no município. “Uma campanha de vacinação na rede pública, você não tem que comprar a vacina, tem disponível o ano inteiro e tem o período de campanha e nós não conseguimos atingir a meta” – afirma. Ela lembra que a doença foi erradicada em 1994, mas que há um grande risco de a mesma retornar, e destaca que casos já vêm sendo registrados em alguns países.
Ela falou ainda sobre as dificuldades enfrentadas, principalmente de acessibilidade, e também sobre a questão emocional. “A gente nunca está preparado pra ser diferente. Quando você chega num lugar, os olhares que você enfrenta, o preconceito. Não existe acessibilidade, isso é muito bonito na teoria” – relata. Confira a entrevista abaixo.