Vídeo: Igreja Matriz de São Fidélis de Sigmaringa completa hoje 212 anos

Neste sábado é o dia do padroeiro do município. Uma “Missa de Dedicação” será celebrada pelo Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Ferreria Paz, no domingo
Imagens: arquivo

A monumental Igreja em louvor a São Fidélis de Sigmaringa, mártir franciscano, completa hoje 212 anos (veja o vídeo feito dentro da Igreja no final da matéria). Sua construção iniciou-se em 1799, orientada pelos monges construtores, frei Victório de Cambiasca, frei Ângelo de Lucca e frei Thomaz Civitta de Castella e aberta ao culto em 1809. Em tomo da Igreja foram erguidas 40 rústicas choupanas. A obra da Igreja, sempre interrompida em época de moagem da cana-de-açúcar, foi sustentada com taxas cobradas sobres às terras da aldeia de Santo António de Guarulhos (Campos dos Goytacazes), já ocupadas por brancos, mas que antes haviam sido dos índios. Colaboraram com a obra várias famílias de Campos e fazendeiros com terras próximas à Aldeia que cooperaram com escravos, bois, mestre de obra, oleiros, serralheiro e dinheiro.

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O monumental templo chamou a atenção pela grandiosidade da obra, principalmente pela sua cúpula. Em linhas arquitetônicas de reflexo italiano, de gosto toscano em sua construção em cruz. O barroco italianizado predominou na colônia durante o governo de D. João V em Portugal, na primeira metade do século XVIII, quando as paredes ganharam curvas, as volutas apareceram nos frontispícios. Nas talhas, os retábulos utilizavam novos ornamentos como o baldaquino e a coluna salamônica. As esculturas ganharam maior leveza e nos forros do teto foram empregadas pinturas em perspectiva ilusionista.

A cúpula foi construída em Fevereiro de 1806. Não possui nenhuma estrutura de ferro e nem de madeira. É toda feita com tijolos presos entre si por uma massa composta de barro e óleo de baleia. A cúpula foi considerada por engenheiros, arquitetos e artistas, como a mais notável do Brasil Colonial. Curiosamente, seu campanário, separado do corpo da Igreja e sua fachada, que reflete a transição do renascimento para o barroco, parece terem sido inspirados; o primeiro na catedral de “Santa Maria Del Fiore”em Florença e o segundo na “Igreja de Jesus em Roma, sendo esta uma construção jesuíta. O major Henrique Luiz de Niemeyer Belegard engenheiro do Império, esteve em Campos em 1837, objetivando levantamentos para obras de melhorias no município, principalmente nas estradas e drenagem das áreas alagadiças. Indo a São Fidélis, se encantou com a grandiosidade do templo para um lugar tão simples. Pede então em relatório, a atenção do Governo Provincial para a restauração “dessa interessante Igreja” que se encontrava abandonada e em ruínas. Nele Bellegard explicou que os padres usaram o saibro, espécie de argila da região, misturada a pequenas quantidades de cal e areia para fazerem o altar, a pia batismal e os tijolos de três palmos de espessura. Mas as obras de restauração só foram iniciadas por volta de 1841, depois da Igreja ter sido elevada a Matriz. Mesmo assim as obras não foram completas e radicais, logo voltando a apresentar rachaduras que provocaram novos estragos.

Provavelmente a maior reforma já executada foi a partir de 1962, realizada sob a orientação do Dr. Ruy Seixas, com recuperação das abóbadas, colocação de vitrais e painéis de azulejo em substituição a pintura de fundo do altar principal, e embora tenham descaracterizado o templo em sua fachada, conseguiram manter quase intacta a área interna e a Igreja pôde resistir como marco da arquitetura brasileira. Em 1966, São Fidélis enfrentou sua pior enchente. Naquele ano, o Rio Paraíba do Sul chegou a passar por cima da Ponte Metálica, e atingindo grande parte do município. O subsolo da Igreja Matriz ficou cheio de terra e lama, e com isso, as catacumbas construídas para enterrar corpos de índios e da Irmandade Religiosa, não foram usados. Um marco para a cidade e a Igreja, foi a primeira visita de D. Pedro Primeiro, que aconteceu em 1847, cena retratada nuns dos vitrais do monumental templo.

Uma “Missa de Dedicação” será celebrada pelo Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Ferreria Paz, no próximo domingo (25/04). Devido às restrições por conta da pandemia, os fiéis devem agendar a sua presença com antecedência na secretaria paroquial para participar das celebrações em honra ao padroeiro. Confira a programação completa AQUI.

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