Rompimento de continente há milhões de anos dividiu a Pedra Aguda, em Bom Jardim: outra metade está na África

No livro Patrimônio Cultural Rural de Barra Alegre, geólogo relata que rochas granito da localidade têm suas origens relacionadas ao Gondwana, quando América do Sul e África estavam unidas

Há 520 milhões de anos, nasceu o grande paleocontinente Gondwana, formado pela aglutinação das massas continentais da América do Sul, África, Austrália, Antártica e Índia. Durante sua formação, a colisão entre os blocos continentais da América do Sul e da África deu origem a uma gigantesca cadeia de montanhas.

Foi nesse período que, segundo pesquisas do geólogo Leonardo Pressi, publicadas no livro Patrimônio Cultural Rural de Barra Alegre – Bom Jardim, as rochas encontradas no distrito, se formaram.

Já no período Cretáceo, há 130 milhões de anos, essa grande massa de terra denominada Gondwana começou a se fragmentar com a movimentação do magma no interior da terra, em direção à crosta. Com isso, o antigo continente se rompeu e um vale separou a África da América do Sul. O vale foi aumentando até formar o Oceano Atlântico e também o litoral brasileiro.

Acredita-se que, nesse período geológico, a Pedra Aguda localizada no distrito de Barra Alegre se dividiu. Uma parte ficou no município da Região Serrana e a outra, no continente africano, provavelmente em Angola.

Foto: Refúgio Pedra Aguda

Ainda segundo o geólogo, as rochas granito do distrito têm suas origens relacionadas ao Gondwana, pois, na região, podem ser percebidas as relações de idade entre as rochas típicas da Pedra Aguda, que são magmáticas.

O livro fala ainda sobre os primeiros habitantes da região de Pedra Aguda, que foram da família Tardim. Eles chegaram por volta de 1880 e, em meados de 1940, foram seguidos pelas famílias Maciel e Schot. A principal atividade destas famílias era a agricultura de subsistência. Sua população teve auge na década de 1970, quando foi fundada a escola municipal, exclusivamente para a comunidade.

“A geografia acidentada, a distância dos centros e a precariedade do acesso levaram a um movimento migratório. Atualmente restam menos de oito famílias morando e produzindo na região. Há também três reservas particulares do patrimônio natural, RPPN, ou seja, áreas de conservação da natureza em terras privadas. O proprietário é quem decide se quer fazer de sua propriedade, ou de parte dela, uma RPPN, sem que isso acarrete em perda do direito de propriedade” – diz trecho da obra.

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