Produtores de Italva usam cooperativismo para aumentar lucros e estabilizar preço do leite

Fotos: Divulgação/ Rio Rural
Fotos: Divulgação/ Rio Rural

A alta registrada no preço do leite nas últimas semanas em vários estados, não significa necessariamente, que os produtores estão lucrando mais. Assim como acontece na cadeia produtiva de outros itens, quanto maior o caminho entre a produção e a venda, mais caro o produto se torna.  Mas, em nossa região o momento é de oportunidades. As cooperativas de leite formadas por agricultores familiares chegam com uma nova visão de negócio, reduzindo custos, aumentando lucros e estabilizando o preço do leite.

O município de Italva, uma das maiores bacias leiteiras da região Noroeste Fluminense, é um exemplo da renovação da indústria leiteira. Antes, alguns produtores rurais locais vendiam o leite de forma isolada, com pouco poder de negociação das empresas de  laticínios de outras cidades. Após reuniões, eles perceberam que havia mercado mais rentável para o trabalho em grupo. Há quatro meses, 29 sócios fundaram a Cooperativa de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Italva (Copafi).

Sem capital ainda para adquirir uma sede própria, a Copafi começou apostando em parcerias para crescer. Temporariamente, a cooperativa funciona em um prédio da Emater-Rio, pois a ação faz parte da estruturação da cadeia do leite, coordenada pelo Programa Rio Rural. Enquanto moderniza seu parque industrial, a cooperativa envia 75% de sua arrecadação diária para processamento em uma indústria na região Serrana com a qual estabeleceu acordo comercial. Hoje, o iogurte e o leite em pó abastecem as escolas públicas de Italva, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Há um mês, o leite em saquinho, fabricado na sede da Copafi, começou a ser vendido em pequenos comércios e padarias. Como o caminho entre o produtor e consumidor final encurtou, o preço está competitivo. A próxima meta dos cooperados é produzir queijo frescal e, aos poucos, investir na cadeia de produtos lácteos, como requeijão, doce de leite, entre outros. Para ajudar na comercialização, um carro refrigerado está sendo pleiteado por meio de um subprojeto grupal do Rio Rural.

De acordo com a Emater-Rio, estado do Rio possui 22 mil produtores de leite e uma produção anual de quase meio bilhão de litros. Mesmo assim, a quantidade não é suficiente para abastecer o mercado interno. Com a entrada de novas cooperativas no setor, a tendência é diminuir a participação das compras de outros estados.

 

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