Nova espécie de “sapinho-pingo-de-ouro” é descoberta na Mata Atlântica, na Serra do Mar

A descoberta é ainda mais interessante considerando o pequeno tamanho da espécie: menos de 2 centímetros quando adultos

imagem: Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo

Uma nova espécie de “sapinho-pingo-de-ouro” acaba de ser descoberta na Mata Atlântica, mais especificamente no trecho paulista da Serra do Mar. Até recentemente, eram conhecidas apenas cinco espécies do animal que possui a região da cabeça e do dorso cobertas por placas ósseas fluorescentes, o que possivelmente é importante para a comunicação entre a espécie ou entre a espécie e seus predadores. A descoberta é ainda mais interessante considerando o pequeno tamanho da espécie: menos de 2 centímetros quando adultos.

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De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, o sapinho-pingo-de-ouro vive entre altitudes de 700 a 1000 metros acima do nível do mar, em matas que são frequentemente entremeadas por um denso nevoeiro ou “cerração”, típicos da região da Serra do Mar paulista. Assim, a nova espécie pode ser encontrada em diversas Unidades de Conservação localizadas nas margens das regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista.

O estudo que encontrou os novos sapinhos em São Paulo foi liderado pela pesquisadora da Universidade do Estado de Minas Gerais, Thais Condez, e contou com a participação e co-autoria do biólogo Leo Malagoli, gestor de Unidades de Conservação da Fundação Florestal de São Paulo. A descrição de uma nova espécie de vertebrado reforça ainda mais a importância das Unidades de Conservação nas áreas urbanas e periurbanas: principalmente as de Proteção Integral. A descoberta foi publicada em um artigo publicado na revista científica Norte-Americana Herpetologica.

O animal possui a região da cabeça e do dorso cobertas por placas ósseas fluorescentes. De acordo com os pesquisadores, isso deve ser importante para a comunicação, seja entre eles ou com predadores. O sapo descoberto tem menos de 2 centímetros quando adulto. “As placas ósseas são diferentes das outras espécies, porque possuem margens irregulares, é meio recortado, e tem uma linha muito tênue que margeia essas placas e é uma linha mais pálida, dá pra gente chamar de esbranquiçada”, descreve o biólogo.

O DNA também foi um aspecto analisado pelos cientistas para descrever o novo animal. Além disso, observou-se diferença na vocalização, a forma como o sapinho coaxa. “Você se lembra de relógio de corda? Pensa quando está dando a corda no relógio, é meio parecido com o canto dessa espécie. Baixinho, mas com atenção você consegue ouvir.”

Malagoli explica que, na floresta, ele habita o folhiço ou a serrapilheira, que são as folhagens que ficam no chão da mata. “É uma espécie que você não enxerga andando na trilha. Você tem que agachar, revolver parte da serrapilheira para poder encontrar”, explica. Ainda não há estudos sobre a densidade populacional do novo sapinho, mas o pesquisador adianta que ele ocorre em baixa densidade.

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