
Um lugar de beleza ímpar, repleto de cachoeiras, trilhas, inúmeros picos rochosos e uma imensa variedade de plantas e animais nativos da Mata Atlântica, muitos deles raros e ameaçados. Assim é o Parque Estadual do Desengano, a mais antiga Unidade de Conservação do estado e o último remanescente florestal contínuo de expressiva extensão do Norte Fluminense. O Parque do Desengano (PED) tem 22.400 hectares de extensão entre os municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos, e outros 22.400 de Zona de Amortecimento ao seu redor, área que ajuda a proteger o PED. Entre tantos animais, o parque também abriga a Onça-parda, Jaguatirica e o Gato-do-mato. Um deles deixou uma pegada em uma das trilhas da unidade. O registro foi feito por um morador de São Fidélis, o Luiz Henrique Macedo, na trilha da Cachoeira da Cascata, próximo ao mirante da localidade de Aleixo, em São Fidélis. A trilha faz a travessia entre os municípios de São Fidélis e Santa Maria Madalena.
Luiz Henrique acredita que a pegada seja de uma onça. Segundo ele, de perto a pegada era enorme. O SF Notícias enviou o registro para o gestor do parque, Carlos Dário. O fato de a pegada não estar muito marcada na terra dificulta na identificação, mas segundo o gestor, está parecendo ser sim de uma onça. Porém, também pode não ser. O Parque Estadual do Desengano é reduto de Onça-parda no interior do estado do Rio. Há vários registros do felino no parque como registros de pegadas, fezes e fotos. O último registro fotográfico de uma Onça-parda foi feito em setembro desse ano (foto abaixo), por uma das armadilhas fotográficas do parque. Em 2014 e em 2019 o SF Notícias havia divulgado outros registros de onças feitas pelas armadilhas. Elas são usadas para fazer uma espécie de radiografia do parque, e também para monitorar ações de caçadores. (continua após a imagem)
A Onça-parda figura como um dos mais importantes predadores do topo de cadeia alimentar do parque. Sua alimentação é predominantemente carnívora. Dentre as suas principais presas estão os porcos-do-mato (Pecari tacaju), pacas (Cuniculus paca) e macucos (Tinamus solitarius), mas não deixando de predar o que for possível para garantir sua sobrevivência e de suas proles. É um animal com grande extensão territorial, podendo ser avistado, inclusive, vagando por áreas abertas como pastos ou plantações de eucaliptos procurando por presas ou áreas propícias para alimentação.