Morador cultiva e busca reintroduzir orquídea originária de São Fidélis “Laelia Fidelensis” à natureza

A orquídea foi descoberta em 1940 pelo fidelense Júlio Sodré em 1940, na região da Serra do Imbé, na Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Desengano. Segundo Luiz Henrique, ela é a única espécie de orquidácea no mundo que contém oito políneas

São Fidélis, no Norte Fluminense, foi agraciada com dezenas de belezas naturais, entre elas diferentes espécies de plantas. Entre as espécies vegetais encontradas no município está a orquídea Laelia Fidelensis, que é originária da “Cidade Poema”. Ela foi descoberta pelo fidelense Júlio Sodré em 1940, na região da Serra do Imbé, na Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Desengano, mas o local exato onde a planta foi encontrada é desconhecido por muitos. Júlio faleceu no ano seguinte à descoberta, e o local exato de onde a orquídea foi encontrada, é guardado em segredo de família. A forma como a planta floresceu, bem diferenciada em relação às outras, surpreendeu colecionadores de orquídeas. Segundo familiares de Júlio, a orquídea original foi levada para estudos.

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“Um mistério envolve essa espécie, já que, uma vez descoberta em 1940 pelo Sr. Júlio Sodré e, vindo o mesmo a falecer, acabou por levar consigo o segredo de onde essa planta havia sido encontrada. Uma cápsula de semente dela foi para o Orquidário Binot (em Petrópolis) nessa mesma época e eles conseguiram reproduzir. Assim, algumas pessoas possuem essa planta” – disse o fidelense Luiz Henrique Macedo, que tem exemplares da espécie.

De acordo com Luiz Henrique, na década de 40, quando foi feita a primeira sementeira da Laelia Fidelensis, alguns outros orquidófilos adquiriram mudas e outras mudas foram encaminhadas para Alemanha e Holanda. “Ela é a única espécie de orquidácea no mundo que contém oito políneas, geralmente as orquídeas contêm de duas a quatro políneas. A Laelia Fidelensis, atualmente nomeada como HadroLaelia Fidelensis, possui oito. Poucas pessoas a possuem. É uma orquidácea de um cultivo um pouco enjoado, porque demanda um cuidado bem específico. Ela gosta de luminosidade indireta. Essa espécie geralmente vegeta na copa das árvores, onde busca muita luminosidade, porém, abaixo das folhas” – relata o fidelense.

A Laelia Fidelensis floresce no período chuvoso, geralmente entre outubro e janeiro. Com a floração de seus exemplares, Luiz Henrique encapsulou a semente e espera que futuramente tenha mudas suficientes para reintroduzir a espécie na natureza. “Eu já vi vegetais que são muito semelhantes a ela, no alto de árvores em torno de 20 a 30 metros numa determinada localidade na região serrana de São Fidélis que sugere que seja ela. Mas, essa espécie floresce justamente no período de chuvas, que impossibilita de a gente chegar lá e confirmar se ela se trata ou não da Laelia Fidelensis” – relata. Para o fidelense, deveria haver uma maior divulgação sobre a espécie no município, o que é justamente um de seus objetivos com o cultivo, juntamente com uma possível doação de mudas, para que a população possa conhecê-la.

imagem: arquivo SF Notícias

Lá em 2015 o SF Notícias mostrou que o fidelense Bernadino Sodré, filho de Júlio, que faleceu no ano seguinte à sua descoberta, possui uma muda original da orquídea. Naquele ano, durante a entrevista ao portal, o mesmo lamentou a falta de reconhecimento em torno da planta na cidade de origem. “Ela é conhecida no mundo inteiro, mas na terra onde foi descoberta, quase ninguém conhece. Não sei se é ignorância, ou se falta divulgação. Mas devia existir pelo menos uma rua com o nome dela em São Fidélis”, disse. Colecionador de orquídeas, Bernadino tem aproximadamente 200 espécies, contando com a Laelia Fidelensis.

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