Há oito dias sem pagamento, cerca de 30 médicos do Hospital Municipal de Itaocara, no Noroeste Fluminense, cruzaram os braços nesta segunda-feira (18). A unidade está atendendo apenas as situações de emergência. De acordo com a diretora administrativa do Hospital, Berenice Guimarães, quem precisar de atendimento e estiver fora do quadro de emergência terá que recorrer à secretaria de Saúde do município.
Procurado pela equipe de reportagem, o atual prefeito de Itaocara, Gelsimar Gonzaga (PSOL), informou que trabalha com a verba solicitada pela gestão anterior e que nos anos de 2011 e 2012 a suplementação liberada pela Câmara foi de 40%, 15% a menos do que a liberada em 2013.
“Estamos trabalhando com o orçamento do ano passado e precisamos dos outros 15% de suplementação para acertar a folha de pagamento dos médicos, que chega a R$ 240 mil. Nesta terça-feira vou mobilizar a cidade, porque a Câmara precisa liberar esse dinheiro. Quem sofre com esse problema é a população, isso é uma injustiça e vou lutar para resolvê-la”, explicou Gelsimar.
Segundo o presidente da Câmara, Roberto Cruz, a falta de dinheiro para o pagamento da classe médica é um problema administrativo do executivo, uma vez que o legislativo já teria liberado uma suplementação de 25% destinada à Saúde neste ano de 2013.
“Não podemos aprovar verba sem saber para onde ela está indo. Além dos médicos, a prefeitura também está devendo cerca de R$ 150 mil à farmácia que, através de licitação, distribui os remédios que não estão incluídos na farmácia popular. A Câmara de vereadores do último pleito deixou disponível R$ 12 milhões para a saúde. A gente quer entender pra onde este dinheiro está indo”, disse o presidente da Câmara.
Com 45 leitos e 800 atendimentos por mês, os médicos do Hospital de Itaocara aguardam o pagamento para dar continuidade ao trabalho e atendimento à população. Na próxima terça-feira (19), haverá plenária na Câmara e, na pauta, a suplementação pedida pelo prefeito Gelsimar será debatida.
Reportagem: Letícia Bucker
Fonte: G1
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