Mais de 4.500 mulheres foram estupradas no Estado do Rio em 2018, aponta Dossiê Mulher

72% dos crimes ocorreram dentro de casa e cerca de 45% dos agressores eram pessoas do convívio da vítima

O Instituto de Segurança Pública (ISP) lançou nesta terça (30/04), dia Nacional da Mulher, a 14ª edição do Dossiê Mulher, analisando os principais crimes sofridos pelas mulheres no estado do Rio de Janeiro.

Foram analisados os crimes de homicídio doloso, feminicídio, tentativa de homicídio, tentativa de feminicídio, estupro, tentativa de estupro, lesão corporal dolosa, ameaça, assédio sexual, importunação ofensiva ao pudor, ato obsceno, dano, violação de domicílio, supressão de documento, constrangimento ilegal, calúnia, difamação, injúria e aplicação da Lei Maria da Penha.

Nos crimes de estupro registrados em 2018, 72% ocorreram dentro de casa, cerca de 45% dos agressores eram pessoas do convívio da vítima (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos) e 70% das vítimas tinham até 17 anos de idade.

Nos crimes contra a vida, 7,1% (350) do total de vítimas de homicídio doloso no estado no ano passado eram mulheres e companheiros e ex-companheiros foram responsáveis por 12,3% dessas mortes. Já quando analisado o crime de feminicídio, observou-se que a cada cinco dias, uma mulher foi vítima de feminicídio no estado em 2018 e companheiros e ex-companheiros foram os autores de 56,4% dessas mortes – sendo que em 62% dos casos, o local da ocorrência foi uma residência.

Já em relação à violência física, a lesão corporal dolosa é o crime que compreendeu o maior número de vítimas mulheres – foram 41.344 mulheres vítimas, ou quatro mulheres foram agredidas por hora no ano passado. Entre os autores do crime, 70% eram pessoas do convívio da vítima e 60,2% desses casos também aconteceram dentro de alguma residência.

Segundo ligações feitas para a Central de Atendimento (2253-1177) observa-se que 69% das denúncias realizadas em 2018 citava companheiros, ex-companheiros e parentes próximos como os autores das violências, e, em 35% das vezes, havia a presença dos filhos da vítima no local do fato. Além disso, em 1/3 das vezes o local do crime era a residência da própria vítima.

As informações divulgadas no Dossiê têm como fonte o banco de dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil relativos ao ano de 2018, disponibilizado pelo Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT).

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