Friburgo tem o maior número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural

Silva Jardim, Varre-Sai, Santa Maria Madalena e Teresópolis são os outros municípios que abrigam um expressivo número de RPPNs

Além de o território ser parcialmente abrangido pelo Parque Estadual dos Três Picos, Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, é recordista em número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) reconhecidas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea): são 17 reservas que totalizam 496,04 hectares de área de Mata Atlântica protegidas. As RPPNs são unidades de conservação de proteção integral criadas em propriedade privada, estratégicas para a conservação do bioma, cujas atividades permitidas são educação ambiental, turismo e pesquisa científica. São criadas voluntariamente por iniciativa de seus proprietários e averbadas junto ao Registro Geral de Imóveis. O reconhecimento de reserva é perpétuo e acompanha a vida da propriedade.

Esses paraísos naturais preservados estão avançando pelo estado do Rio, também, graças ao engajamento dos proprietários de terras na preservação da Mata Atlântica e sua diversidade biológica. Médico por vocação e ambientalista por paixão, Bernardo Ferrer é dono de duas reservas na zona rural de Nova Friburgo: a Reserva Ecológica Rio Bonito de Lumiar, reconhecida em março de 2018, com 158 hectares; e a mais recente, a Canto da Coruja (foto), reconhecida em agosto de 2020 com 2,4 hectares. As duas são contíguas e ajudam a proteger o Córrego Abraão, um dos desvios do Rio Macaé. “Temos muita esperança neste governo, que vem mostrando sensibilidade com essa questão. É fundamental o envolvimento dos governantes nas questões do ambiente e, no nosso caso, nas questões que afetam as Reservas. Temos um potencial de criação de novas áreas de proteção no Estado do Rio, possibilitando inclusive a formação de mosaicos de RPPNs. Essas áreas agregam um nível de preservação e proteção integral, de caráter perpétuo, garantindo o bioma para as próximas gerações”, destaca Bernardo Ferrer.

Os avanços na conservação de terras privadas no Rio de Janeiro vêm ocorrendo no âmbito do Programa Estadual de Apoio às RPPNs, instituído pelo Decreto Estadual nº 40.909/2007. Por meio dele, o Inea oferece suporte técnico e orientação aos proprietários interessados. “As RPPNs não só contribuem para o aumento da área protegida do estado. Elas estimulam o envolvimento e a parceria entre a sociedade e o poder público municipal, além de fomentar o turismo e a geração de renda local”, destaca o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Os municípios de Silva Jardim, na Baixada Litorânea; Varre-Sai, no Noroeste Fluminense; Santa Maria Madalena, no Norte Fluminense, e Teresópolis, na Região Serrana, são os outros que abrigam um expressivo número de RPPNs reconhecidas pelo órgão ambiental estadual. Silva Jardim conta com dez reservas que totalizam 213,17 hectares; Varre-Sai, com oito reservas que somam 125,6 hectares de área protegidas; Santa Maria Madalena, com sete reservas, abrangendo 127,7 hectares; e Teresópolis, com sete reservas que englobam 92,12 hectares de área de Mata Atlântica. Em todo Brasil, existem mais de 1.600 RPPNs que preservam mais de 800 mil hectares de áreas naturais no país, conforme os dados divulgados pelo Painel da Confederação Nacional de RPPNs. A maioria delas, cerca de 1.200, está na Mata Atlântica.

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