Festival de Poesia termina com fidelenses entre os melhores

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Fotos: Nelzimar Lacerda – Portal São Fidélis RJ

Um festival de poesia que reuniu apaixonados por estrofes e versos na “cidade poema”, e nada melhor do que terminar com duas inspirações da casa, entre os três melhores.

O VII Festival de Poesia Falada de São Fidélis, que conta com inscrições e participais de poetas e escritores de várias partes do Brasil, teve um fidelense como campeão. Veja a classificação abaixo.

1ª Lugar: Aborto – autor Thiago Yuri (São Fidélis) premiação: 5.000,00 + troféu

2º Lugar: Ruas ou O que há por trás da madrugada – autora: Carla Mangueira (São Fidélis) premiação: 4.000,00 + troféu

3ª Lugar: Profess(orar)r – autora: Adriana da Silva Barreto Vicente (Campos dos Goytacazes) premiação: 3.000,00 + troféu

Melhor Intérprete – Thiago Yuri (premiação: 5.000,00 + troféu)
Menção Honrosa de interpretação: Aline Reis (premiação: 3.000,00 + certificado)

festival de poesia“A arte não ama os covardes. Por isso, ao me escolher, ela me ensinou a ter coragem e a nunca, nunca desistir. O resultado disso tudo está aí na foto, junto com um sorriso que não cabe no rosto. O segundo lugar no Festival de Poesias veio coroar um dos anos mais inesquecíveis da minha vida. Obrigada, Deus. Obrigada, “Ruas”. Obrigada. {vô, esse é pra você!}”, postou a segunda colocada nas redes sociais.

Veja abaixo o poema vencedor.

Aborto
“Abortados somos muito antes dos dezesseis,
desde o dia em que nascemos, e assim sobrevivemos.
O Estado é uma mãe inconsequente que cospe seus filhos, que cospe nos filhos,
exibe os belos, e oculta os que nasceram mais feios.
Somos os filhos de pele preta, cabelo crespo, pés rachados, olhos esbugalhados, os que ninguém sente orgulho de ter.
Somos os filhos de uma pátria “má gentil”,
tão gentil como a madrasta da Branca de Neve, e que sem a doçura da maça
nos enfia o amargo fel goela abaixo.
E quem é que condena os abortos dessa pátria miserável que nos pariu?
Ò pátria amada, idolatrada, salve, salve!
Salve as meninas que trocam suas bonecas barbies
por ursos peludos e nojentos
que usam seus corpos e dão em troca algumas migalhas para o sustento.
Nós, que nascemos em vielas, fomos criados em favelas
e adotados por ”bandido mãe”
Mãe que nos deu fralda, leite e abrigo, devemos á obrigação,
o que para muitos é sinal de perigo e para nós, heróis e amigos.
Agora o Estado aparece querendo de volta o seus filhos,
pois a sociedade quer uma atitude de verdade e vai nos por na Universidade.
USP, UFF, UFRJ, IFF? OFF.
As nossas universidades são os presídios
onde nos tornaremos doutores do crime,
para, no futuro, recrutarmos os novos fetos
abortados por essa pátria.
E ai? Vamos falar sobre aborto?”

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