Famílias terão que desocupar estações ferroviárias em São Fidélis

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Fotos: SFnotícias

Duas estações ferroviárias terão que ser desocupadas em São Fidélis. Elas foram invadidas há anos por famílias que alegam não ter onde morar ou colocar suas coisas.

As estações da Avenida Paranhos no Centro e a estação do distrito de Pureza, serão usadas trem 40para projetos culturais. O convênio foi assinado pela prefeitura junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, visto que os prédios são tombados como patrimônio.

Em entrevista ao SFnotícias, o secretário de cultura Ronaldo Barcelos contou que todos os imóveis pertencentes à projeto biblioteca 2companhia ferroviária foram doados/ cedidos aos municípios através de um decreto da União, para que fossem usados como espaços culturais, como museu, bibliotecas e teatro.

Depois desse decreto, a partir de 2009, o município começou a montar o projeto denominado “Cultura Estação Poema”. Uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estive visitando a estação do Centro para uma avaliação, onde foi detectado que o prédio não precisa de uma restauração, mas de uma reforma.

O secretário mostrou o projeto que está pronto, incluindo as plantas da obra e do que vai ser feito no espaço, que será usado totalmente para a cultura. “Queremos o prédio que é de direito do município dado pelo Governo Federal”.

A estação também está dentro do Plano Municipal de Cultura. O Plano é um documento que vai nortear o poder público na formulação das políticas culturais. Estabelece a organização, desenvolvimento e direcionamento das verbas para a cultura.

Em novembro do ano passado o SFnotícias contou a história de José Paulo. Ele invadiu a estação da Avenida Paranhos após a morte do seu filho. José contou que trabalhou em uma empresa que fazia a manutenção da linha férrea, mas que foi mandado embora.

Desempregado, José passou a trabalhar na prefeitura e, em 1999, o mesmo perdeu um filho afogado no Rio Paraíba do Sul. Após a tragédia, ele foi até a prefeitura pedir ajuda para arrumar um imóvel para ele morar, mas como não recebeu ajuda da prefeitura, o mesmo invadiu o local, morando por 8 anos dentro de um dos barracões da estação.

estação casaJosé contou que já tentaram tirar ele da estação uma vez, mas como ele não saiu, ganhou um terreno atrás da estação para construir uma casa. Atualmente ele usa a estação como local de trabalho, para guardar as mercadorias que vende em uma mine feira para sustentar a família.

Nossa equipe também conversou com o secretário de assistência social Higor Porto. Ele disse que a secretaria não foi procurada pela família que ocupa a estação do Centro do município, mas que a secretária dará assistência caso seja necessário. “Se nossas equipes técnicas detectarem a necessidade de um aluguel social para essa família que ocupa a estação do Centro, ela será incluída no benefício. O mesmo vale para a família que ocupa a estação de Pureza”.

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