Ex-secretário de Saúde do RJ acerta delação e promete provas contra Witzel

Edmar foi preso em uma operação que investiga irregularidades nos contratos de Saúde do RJ durante a pandemia do coronavírus. Ele é apontado como integrante da organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial

O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, teria acertado uma delação que envolve o governador Wilson Witzel em casos de corrupção na Saúde. Segundo reportagem da TV Globo, o acordo foi feito com a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas ainda não foi homologado. Edmar teria prometido entregar um conjunto de provas que revelariam a participação do governador Wilson Witzel no esquema que mandou para a cadeia a cúpula da Saúde no estado, incluindo o ex-secretário. Edmar foi preso em uma operação que investiga irregularidades nos contratos de Saúde do RJ durante a pandemia do coronavírus. Ele é apontado como integrante da organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial, para atendimento de pacientes com a Covid-19. Pelas rede sociais, Witzel disse que “reafirma com serenidade e firmeza o meu compromisso com a população do RJ de governar com ética e transparência”. O governador disse ainda que jamais se desviou do caminho da lei. “Minha trajetória de vida fala por mim. Jamais me desviei do caminho da lei e, desde janeiro de 2019, do objetivo de reerguer o nosso estado. Nem eu e nem ninguém pode ser acusado de qualquer irregularidade sem prova”, concluiu o governador. (continua após a publicidade)

Na ação que Edmar foi preso, o Ministério Público apreendeu R$ 8,5 milhões de reais em dinheiro. Desse montante, cerca de R$ 7 milhões estavam em reais e o restante em dólares americanos, euros e libras esterlinas. Os valores foram entregues ao MPRJ espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu advogado. O dinheiro foi depositado em conta judicial do Banco do Brasil. Devido à grande quantidade de dinheiro, foi necessário a utilização de máquinas de contar cédulas. O MPRJ requereu, e obteve na Justiça, autorização para acesso e extração do conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como telefones celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, dentre outros. Também foi deferida pela Justiça a medida assecuratória de arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos. (continua após a publicidade)

Segundo o MPRJ, nas investigações sobre a organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio, foi identificado, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, a presença de outro comandante do grupo: o próprio Edmar Santos, que sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos e, mesmo, após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, continuou no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado. Dessa forma, afirma o parquet fluminense, Edmar Santos atuou, com vontade livre e de forma consciente, em comunhão de ações e desígnios, com os demandados na anterior denúncia oferecida na fase I da Operação Mercadores do Caos, desviando um milionário volume de recursos públicos destinados à compra de respiradores/ventiladores pulmonares, até hoje não entregues para o atendimento à população, ainda em meio à grave pandemia do novo coronavírus no estado. Edmar vai responder pelos crimes de organização criminosa e peculato.

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