Evangelização através da arte: Grupo Teatral Ave Maria se destaca em São Fidélis com espetáculos sacros

São mais de 08 anos de história. Vários espetáculos que encantaram e emocionaram a população. O responsável pelo grupo, Emanoel Macedo, destacou que o objetivo é que as pessoas assistam aos espetáculos como se estivessem abrindo uma bíblia e lendo

São mais de 08 anos de história. Vários espetáculos que encantaram e emocionaram a população em São Fidélis, no Norte Fluminense. A história do Grupo Teatral Ave Maria se entrelaça com a história de Emanoel Macedo, que é responsável pelo grupo. Formado pela Academia de Dança de Marcia Cristina Lisboa, ele dançava, participou de grandes espetáculos, e foi carnavalesco, conseguindo títulos para a Unidos do Coroados, nos anos de ouro do Carnaval fidelense. Nascido e criado dentro da tradição cristã, Emanoel se afastou por alguns anos da igreja, mas nunca deixou de crer. Foi em 2011, que através do teatro ele retornou às suas raízes na igreja, época em que o Padre Gaspar Pelegrini se tornou pároco. “Quando Padre Gaspar veio pra São Fidélis ele formou pastorais e minha tia é de uma dessas pastorais e lembro que foi em um mês de outubro, na novena de Nossa Senhora, que foram distribuídos temas para essas pastorais, para apresentar da forma que quisessem, ele (o padre) não especificou” – recorda Emanoel.

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Emanoel à esquerda, preparando atores para um dos espetáculos

A convite de sua tia, que recebeu o tema do “Filho Pródigo” e falou sobre o novo padre, retratando-o como renovador e que também gostava de arte, que Emanoel se viu diante da possibilidade de produzir um esquete. “Minha tia falou “você pode fazer isso pra mim, com teatro?”, aí falei, mas tia, o filho pródigo é uma parábola, uma coisa pequena. Falei ‘meu Deus do céu, como que eu vou representar essa parábola através da arte?!” – relembra.

A tia dele reuniu pessoas para o elenco e Emanoel se empenhou em passar para elas seus entendimentos de teatro. E todo o esforço teve resultado: “Eu fiz o filho pródigo e foi um grande sucesso. Eles ficaram encantados. Coloquei falas, fiz cenário, iluminação, tudo que manda. Aí fui conhecer o Padre Gaspar e ele me convidou para fazer o Auto de Natal, em 2012” – conta.

Um destaque para os belos figurinos

Segundo Emanoel, o grupo Ave Maria já existia na Igreja, mas estava desativado, precisando de alguém que entendesse de teatro e para ele, assumir o grupo foi como um bálsamo. “Não tínhamos nada. Montei o filho pródigo, peguei as coisas emprestadas, os figurinos eu que fiz. Mas para fazer o Auto de Natal, o elenco é de 60 pessoas, precisaria de muitas pessoas. Nunca tinha feito artes sacras. A única coisa de sacro que fiz foi um cardial, na “Ceia dos cardiais”, é um romance de Júlio Dantas. Isso que eu sabia de arte sacra, mas sempre fui apaixonado pelas artes sacras, gosto muito das pinturas, dos objetos, das músicas” – relata. Foi com muito estudo e dedicação que Emanoel se preparou e preparou todo o elenco para o espetáculo. “As pessoas são muito dedicadas. Ali na igreja elas amam o teatro, se dedicam. Comecei a dar oficinas para preparar eles. Contei a história do teatro, como surgiu, os símbolos, fui passando pra eles os ensinamentos” – disse.

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Foram meses de preparação. Como carnavalesco, Emanoel já tinha muita coisa, e começou a transformar em figurino para o Auto de Natal. “Nós sofremos muito por amor à arte. A palavra amador quer dizer ‘por amor’, e eu nasci amador e vou morrer amador. É uma coisa muito prazerosa pra mim” – afirma. “O grupo Ave Maria é um grupo sacro, de ensinamentos através da arte. A evangelização através da arte. Então falei, ‘nós vamos evangelizar através da arte. A arte sacra ela vem de muitos e muitos anos. Vamos levar para o palco e passar para as pessoas que estão assistindo a história de Jesus, o que Jesus deixou para nós. A função do grupo é isso, evangelizar através da arte. É que as pessoas assistam os nossos espetáculos como se estivessem abrindo uma bíblia e lendo” – acrescenta.

Com muito trabalho o grupo conseguiu ter uma estrutura para seus espetáculos, com acervo de luz, mesa de iluminação, figurino, tudo que uma companhia teatral tem. Muito disso graças a venda de quentinhas, realização de bingos, entre outras mobilizações da comunidade paroquial. O último espetáculo de 2021 aconteceu no dia 18. Mesmo após um dia chuvoso, o Auto de Natal foi realizado. “A apresentação do espetáculo foi magnifica, melhor do que eu esperava. Tive um pouco de dificuldade com a estrutura, que é a espinha dorsal do espetáculo, porque estávamos muitos parados. Retornando após um ano esse trabalho, estou acostumado a trabalhar com 60 atores e esse ano tive em cena 45 atores. Mesmo não tendo muito tempo para trabalhar os novos atores, eles foram brilhantes” – frisou Emanoel.

O tema, semelhante ao que passamos nos dias atuais: “A luz resplandece nas trevas”, que para Emanoel, a grande luz é a fé que existe dentro de cada um de nós, e a vacina surgindo como uma grande esperança contra a pandemia. “Nós temos que agradecer muito a população fidelense, que nos ajuda muito. O Palace Hotel hospeda o técnico de iluminação, porque pra esse espetáculo, em área externa, não temos luz suficiente” – destacou. Também foram realizados bingo, rifa e quentinha, a Prefeitura arcou com a iluminação e cedeu o mini trio. Emanoel também agradeceu ao Padre Adriano, novo pároco da Igreja de Nossa Senhora Aparecida e São Fidélis, que foi muito compreensivo, incentivou e ajudou muito. Outro agradecimento foi aos bombeiros, que auxiliam no espetáculo com apoio no momento em que o anjo desce de uma das janelas da igreja.

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