Quando apresentava seus projetos de Neuro feedback em Joinville – RS, em outubro de 2017, o estudante de pré iniciação científica do CENSUPEG de São Fidélis não imaginava que meses depois desenvolveria um software que vai mudar a vida de uma mulher.
Durante a apresentação, o talento do fidelense Caio Cabral, de 18 anos, chamou a atenção de uma amiga de Valquíria Sohne, uma professora de 42 anos vítima de um Acidente Vascular Encefálico (AVE).
Devido ao AVE que sofreu em 2011, Valquíria perdeu todos os movimentos do corpo e a fala. Ela se comunica apenas com o piscar dos olhos, um processo lento, que depende de auxiliares. Mas, isto está prestes a mudar.
Junto ao professor e coordenador de pesquisas, Fabrício Bruno Cardoso, Caio começou a desenvolver um software exclusivo para as necessidades de Valquíria. Em entrevista ao SF Notícias, o jovem explicou como a ferramenta funciona: “Se trata de uma tecnologia de rastreio dos olhos, na qual leva a informação ao computador e converte em dados que dão informações, como onde ela esta olhando na tela”.
Segundo o estudante, o projeto demorou cerca de sete meses para ser produzido, por conta da importação de produtos e equipamentos. “O professor Fabrício é o coordenador de pesquisas, ele deu toda a base e ajudou em diversas ideias para a construção do projeto. A dinâmica funciona assim: eu ou o Fabrício apresentamos uma ideia, avaliamos a possibilidade, efetuamos compras dos equipamentos e por fim, fazemos o projeto”.
O apoio da faculdade CENSUPEG foi essencial para a execução do projeto, como relata Caio: “Eles que patrocinaram e permitiram todos os projetos desenvolvidos no laboratório. A CENSUPEG teve um papel fundamental para o desenvolvimento dos projetos e pesquisas”.
O professor e Caio foram pessoalmente a cidade de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, para entregar as ferramentas que ajudarão Valquíria a realizar um sonho, escrever um livro. Agora, ela está testando o software através de aplicativos para a integração e ajuda, para se acostumar com o sistema.
“Temos ideia de utilizar essas aplicações ao longo do tempo até que ela esteja acostumada a utilizá-las. Por conta de ela ter uma rotina há anos e sofrer uma mudança, é preciso que ela acostume com a nova ideia. Fiz aplicações com ideias de fisioterapia para os olhos dela, com intenção de melhorar o seu desempenho óculo motor” – explicou Caio.
Essa foi a primeira vez que o jovem, que geralmente cria projetos para facilitar profissionais da área de neurociências, fez um projeto “sob medida” para uma pessoa específica e a felicidade de ajudar o próximo é evidente. “Me sinto muito feliz, pois sempre tive vontade de ajudar outras pessoas com meus projeto. E pela primeira vez estou tendo essa oportunidade!” – disse o estudante.