Estado do Rio tem déficit de peritos criminais e médicos legistas

CPI vai verificar condições de trabalho de peritos e legistas 

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Fotos: Vinnicius Cremonez – arquivo

O Estado do Rio tem um déficit de 240 peritos legistas e criminais, o que prejudica investigações e a elucidação de homicídios. A afirmação foi feita pela presidente da Associação de Peritos do Estado do Rio de Janeiro (Apaerj), Denise Rivera nesta quinta-feira (25/02), em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) que investiga os autos de resistência e mortes decorrentes de ações policiais no Estado.

Segundo Denise, das 535 vagas disponíveis para peritos criminais, responsáveis pela análise da cena do crime, somente 465 estão ocupadas. Já na área de perícia legista, responsável pelas necrópsias em corpos e exames de corpo de delito, há 500 vagas, mas apenas 330 profissionais contratados. Ela explica que a falta de profissionais sobrecarrega os peritos, e que seriam necessárias ainda mais vagas que as disponíveis hoje.

iml padua novo 4O SFnotícias já mostrou os problemas com a falta de peritos no IML de Santo Antônio de Pádua. Corpos estavam sendo levados para o IML de Itaperuna.

Relator da CPI, o deputado Marcelo Freixo anunciou que os parlamentares vão realizar visitas técnicas ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e ao Instituto Médico Legal (IML) para averiguar as condições de trabalho dos peritos. Freixo também propôs um modelo de perícia autônomo. “Atualmente, a perícia depende de uma requisição da Polícia Civil para atuar.

Atualmente, o Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML), que atende ao município do Rio, conta com quatro peritos plantonistas por dia que trabalham em turnos de 12 horas. Eles têm que realizar diariamente uma média de 20 necrópsias e entre 80 a 120 exames de corpo de delito. Segundo o diretor do instituto, Reginaldo Franklin, o ideal é que o IML tenha no mínimo sete peritos trabalhando por dia. “Temos muita boa vontade e profissionalismo. Mas é muito difícil dar conta de toda a demanda. Além dos exames realizados dentro do instituto, várias vezes temos que fazer exames externos”, afirmou o diretor.

Representante do ICCE, Márcio Costa também destacou o número reduzido de peritos criminais na instituição, que tem 120 profissionais. Quanto à atuação em casos de autos de resistência, Márcio garantiu que não há má vontade por parte da perícia, mas admite que a insegurança prejudica o trabalho. “Nós trabalhamos da mesma maneira em qualquer caso. Mas em autos de resistência, muitas vezes nosso trabalho é prejudicado pela insegurança e o clima de guerra nas áreas em que esses casos ocorrem”, relatou.

A reunião foi presidida pelo vice-presidente da CPI, deputado Wanderson Nogueira (PSB) e contou com a participados dos parlamentares Paulo Ramos (PSol) e Waldeck Carneiro (PT).

Fonte: Alerj

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