Escritor fidelense é selecionado para a maior Bienal do interior do Estado do Rio

Antônio Júnior Persí foi um dos pouquíssimos a ser selecionado não somente com um, mas com dois livros: seu primeiro livro “O Mortiço” e sua segunda obra “A Costura”

Na última segunda-feira (07/11) o escritor fidelense Antônio Júnior Persí participou da 11ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes. A Bienal de Campos é a maior do interior do Estado e voltou a ser realizada neste mês após quatro anos de sua última edição. O processo de seleção de Antônio Júnior Persí para participar da Bienal de Campos se deu por meio de um edital público no qual escritores de Campos e região puderam se inscrever.

O escritor fidelense foi um dos pouquíssimos a ser selecionado não somente com um, mas com dois livros. Seu primeiro livro “O Mortiço” e sua segunda obra “A Costura” foram selecionados para abrilhantar o evento. Persí teve sua primeira participação em uma Bienal em 2019 quando ainda não havia publicado nenhum livro. Por colar poesias em banheiros de bares de São Fidélis, Persí inscreveu uma de suas poesias na Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes) de 2019, sendo as Bienais da UNE as maiores da América Latina. Com isso, o escritor fidelense foi em fevereiro de 2019 para Salvador se apresentar na Bienal da UNE e lá teve sua vida mudada.

Motivado pela Bienal da UNE, Persí passou o restante de 2019 escrevendo seu primeiro livro “O Mortiço”, que teve seu lançamento em junho de 2020, num momento bastante crítico do período pandêmico. Devido à grande repercussão do suspense “O Mortiço”, tendo resenhas feitas por grandes perfis literários e até mesmo aparecendo na conta oficial do Instagram da cantora Elza Soares, Persí teve a oportunidade de traduzir o livro para o Espanhol, lançando “El Mortecino” em abril de 2021. A tradução do livro ajudou com o processo de internacionalização de sua escrita, fazendo suas obras alcançarem a Europa e todas as Américas, totalizando 7 países.

Em novembro de 2021 Persí lançou sua segunda obra, o livro de contos “A Costura”. O livro que faz aniversário de um ano em 2022 também foi bem recebido pela crítica, sendo alvo de trabalhos acadêmicos e também conseguiu, em menos de um ano, passar pelo processo de internacionalização. Atualmente Persí trabalha na biografia do Marcelo Guimarães, que dá vida à Drag queen Olga Dantelly que é uma estrela de Miami. Mesmo tendo seu trabalho exposto em 2019 na maior Bienal da América Latina, e ao longo dos anos vir acumulando conquistas bastante relevantes, o escritor não se desfaz de sua base, o que fez com se inscrevesse numa bienal de sua região.

Quando questionado do porquê de se inscrever na 11ª Bienal do Livro de Campos, Persí respondeu “Bem, eu percebo que muitas pessoas têm uma visão um tanto quanto distorcida do que eu faço e do que é ser eu. As pessoas precisam entender que mesmo que coisas relevantes tenham acontecido na minha carreira, praticamente tudo que aconteceu foi porque eu investi em mim mesmo. Tudo que eu ganho com a minha arte volta para a minha arte. Eu não viajei para fora, eu não comprei uma moto, eu não adquiri um carro. Eu investi literalmente todo meu dinheiro na tradução e internacionalização do meu primeiro livro “O Mortiço”, assim como investi tudo no lançamento do meu segundo livro “A Costura”. E não somente, pois eu tenho que ter livros para participar de uma Bienal, e precisei investir na impressão de livros para fazer parte da Bienal de Campos. Eu estou só no começo da minha carreira. Eu lancei meu primeiro livro há 2 anos atrás, em meio a uma pandemia devastadora. E eu não tenho nenhum patrocínio. As pessoas precisam saber das coisas que eu faço, precisam saber no que eu investi e que essas coisas estão disponíveis para elas. E fazer parte da Bienal do Livro de Campos, assim como de qualquer evento do tipo, é fazer com que eu tenha voz para um novo público que venha a saber o que eu construí e que possa movimentar o que eu construí para que haja retorno dos meus investimentos e eu continue a fazer arte. A minha preocupação diária é continuar a fazer arte. E eu estou extremamente grato pelo fato de haver uma bienal de dimensões tão significativas na nossa região, fazendo com que eu e tantos outros escritores tenham oportunidade de ter voz, afinal, a cena literária é muito nichada” – disse.

Sobre sua participação na Bienal do Livro de Campos Persí declara: “Foi um momento muito emocionante. Foi a primeira bienal na qual faço parte desde o lançamento do meu primeiro livro. Eu precisei ficar segurando minhas lágrimas com muita força, pois eu lembrei de anos atrás, de tudo que eu sofri e de como foi extremamente difícil e frustrante eu lançar meus livros em momentos de incertezas por conta da pandemia. Finalmente eu pude olhar nos olhos de inúmeras pessoas e falar sobre a minha arte, o que me fez escrever cada obra e como eu desejo colaborar com o mundo por meio de cada palavra. O retorno do público foi incrível, muitas pessoas se emocionaram junto comigo e tudo que eu faço é pensando nisso, pensando em tocar as pessoas”.

Sobre a repercussão de sua participação na Bienal do Livro, Persí relatou que dezenas de perfis nas redes sociais de pessoas de São Fidélis, de Campos e de todo o país compartilharam as artes de divulgação de sua participação no evento nos dias anteriores e até mesmo no dia da participação. Ainda sobre as redes, uma das maiores surpresas do escritor foi ver o rapper Filipe Ret em seus stories acompanhando sua participação na Bienal do Livro de Campos, já que o rapper foi trilha de um dos vídeos de divulgação da participação do escritor, assim como também teve a canção “Good Vibe” como tema dos stories que relataram o dia do Persí na Bienal.

“Sobre o Filipe Ret nos meus stories do Instagram, eu vi um perfil verificado entre as pessoas que estavam vendo meus stories. Na hora, eu não me atentei, apenas vi o verificado e pensei ‘Ah, deve ser um perfil desse doido de outro país que vira e mexe fica vendo os stories das pessoas.’. Até que eu li o nome “Filipe Ret” e não acreditei. Eu mostrei para as pessoas que estavam perto de mim e elas ficaram chocadas, aí eu fui me tocar que realmente era o Ret acompanhando meus stories! Eu quero agradecer a todo mundo que engajou nas minhas redes nos últimos dias, pois isso faz com que qualquer perfil se torne relevante.”.

Uma outra surpresa para Antônio Júnior Persí foi o fato da Auxiliadora Freitas, Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, convidar o escritor fidelense para dar entrevista junto a ela. A entrevista foi concedida para o perfil “Campos.Cultura”. Na entrevista em questão, Persí falou sobre seu trabalho, sobre o sentimento de estar na Bienal e Auxiliadora convidou a todos para conhecer o trabalho do Persí e para visitarem a Bienal.

“Deixo aqui o meu agradecimento a todas as pessoas que me ajudam na minha vida literária. Agradeço a cada pessoa que compartilhou sobre minha participação nas redes sociais. Sou imensamente grato a todos os meus leitores que acreditam em mim por todo esse tempo e parecem não se cansar. Agradeço a todos que, de alguma forma, colaboraram e se sentiram representados por mim na Bienal do Livro de Campos. Agradeço especialmente a Filipi Serpa que esteve comigo durante todo o dia da Bienal, parando sua vida para me ajudar a carregar peso, literalmente, entre São Fidélis e Campos, e registrando a maior parte das fotos que estão nessa matéria e que guardarei como recordação. Quem pensa que eu faço algo sozinho se engana. Não tem como fazer nada sozinho” – disse o autor.

Ele espera que Campos dos Goytacazes continue promovendo eventos culturais tão transformadores quanto a 11ª Bienal do Livro e que São Fidélis apoie sempre seus artistas para que continuem levando o nome da cidade para além de suas fronteiras. Para conhecer mais do trabalho de Antônio Júnior Persí e adquirir seus livros basta acessar sua conta do Instagram @antoniojuniorpersi e sua página no Facebook https://www.facebook.com/junior.persi.7

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