Não é a primeira vez e pelo visto, não será a última vez que iremos mostrar a falta de consciência ambiental em São Fidélis, que está trazendo mais ameaça ao Rio Paraíba do Sul, que está enfrentando um dos piores momentos de sua história.
A cada dia que passa, surgem novas denúncias 
de crimes ambientais praticados por concessionárias responsáveis pelo tratamento de esgoto e abastecimento de água de cidades ao longo do Rio Paraíba do Sul, sendo a maioria nas regiões Norte e Noroeste Fluminense.
Na “Cidade Poema”, diversas manilhas espalhadas pelo 
município, estão despejado esgoto diariamente sem nenhum tratamento no rio. As tubulações estão espalhadas em vários pontos ao longo das margens do leito do rio.
Nossa equipe encontrou uma dessas tubulações no bairro Cehab, e além da água escura e do mal cheiro, outra fator chama a atenção. O esgoto é despejado ao lado de um porto, onde pescadores retiram peixes todos os dias.
O problema foi mostrado pelo SF Notícias no dia 20 de maio do ano passado, mas em outro ponto do município. Naquele dia, as imagens foram feitas próximo ao bairro Gamboa, em frente a sede da CEDAE, concessionária responsável em São Fidélis. As fotos mostram uma mancha negra sendo despejada no Paraíba do Sul sem qualquer tipo de tratamento, e deixam claro que se trato de esgoto. Para piorar o caso, o esgoto está sendo lançado ao lado da central de captação da água que é direcionada as residências do município.
“Incomoda bastante essa questão do esgoto mal tratado. Eu tenho loja na esquina da Rua Faria Serra com a Rua Frei Vitório, e vive subindo um mal cheiro. As vezes é preciso jogar água, tapar o esgoto com alguma coisa, porque o cheiro que sobe é desagradável. Os clientes que entram na loja às vezes comentam, e a gente fica numa situação chata, por ter que conviver todo dia com o odor. Deve haver algum tratamento que possa diminuir esse problema”, disse um comerciante que não quis se identificar.
Em entrevista ao SF Notícias, o ambientalista Aristides Arthur Soffiati, disse que se o descarte for acompanhado de produto químico tóxico, não importa a quantidade, a água será contaminada e acarretará consequências danosas para o ambiente e possivelmente para as pessoas. Se o descarte for apenas de esgoto orgânico, dependerá do volume em relação à vazão do corpo d’água receptor: se for um despejo que supere a autodepuração do corpo receptor, então ele reduzirá o oxigênio dissolvido da água e causará poluição.
“O Rio Paraíba do Sul chega a São Fidélis consideravelmente poluído. No salto, ele é relativamente oxigenado. Recebendo cargas poluentes de afluentes, ele volta a ficar poluído. Para os peixes, a poluição reduz o oxigênio dissolvido da água, mata os peixes ou os afugenta para local mais adequado à vida deles”, disse o ambientalista.
Nossa produção procurou a sede regional do Instituto Estadual do Meio Ambiente, que não se posicionou até o fechamento dessa matéria. Ainda essa semana, o SF Notícias vai mostrar outros problemas relacionados ao despejo de esgoto sem tratamento no Rio Paraíba do Sul, e em dois valões que cortam o município, onde além do esgoto parado, existem diversos entulhos e lixo acumulados.
