Lotados no Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o sargento Carlos Eduardo da Silva e o cabo Mario César Coutinho do Amaral morreram com suspeita de terem contraído febre maculosa, doença transmitida pelo Carrapato-estrela. Os dois eram instrutores na Seção de Instrução Especializada (SIEsp) do batalhão, e participavam do VII Curso de Operações de Polícia de Choque (COPC).
O sargento Carlos Eduardo morreu na última sexta-feira (22) e o cabo Amaral faleceu neste domingo, dia 24 de outubro. Parte do curso acontecia em uma área de mata. A Polícia Militar informou que o curso está interrompido para avaliação de toda equipe de instrução e alunos, e que todos que estavam participando do curso estão sendo acompanhados, sob avaliação e passando por testes no Ambulatório de Febre da Fiocruz.
Febre maculosa
A doença pode ser transmitida por pelo menos quatro espécies de carrapatos, encontradas no Brasil. “Todas do mesmo gênero: Amblyomma. Aqui na nossa região eles são conhecidos como carrapato estrela ou micuim (forma do mesmo carrapato só que na fase juvenil). A espécie mais comum no Norte/Noroeste Fluminense, seria Ambylomma sculptum” – explica o biólogo da Secretaria de Saúde de São Fidélis, Marcell Viana Borges, que também é professor de doenças infecto parasitárias na Faculdade Metropolitana São Carlos, em Bom Jesus do Itabapoana. Segundo ele, na região também se fala muito do carrapato mamona, que é a mesma espécie, só que é a fêmea.
O biólogo explica ainda que o principal hospedeiro da febre maculosa (bactéria do gênero Rickettsia) é a capivara, mas uma vez contaminado com a bactéria, o carrapato pode transmitir para outros animais e humanos, que também podem ser considerados hospedeiros. Os principais sintomas da febre maculosa são febre alta, dores de cabeça intensas, dor muscular e articular, dor abdominal, diarreia e exantema. Eles costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada do carrapato infectado.