Detento morre após passar mal em presídio de Campos

Segundo a Defensoria Pública do Estado, as mortes de presos aumentaram 10 vezes em quase vinte anos no Rio

Mais um detento morreu ao passar mal no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos. O preso, que não teve o nome divulgado, passou mal no último sábado (11) e foi encaminhado a uma unidade médica, sendo liberado após atendimento. Nesta segunda, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o preso passou mal novamente e foi encaminhado ao Hospital Geral de Guarus, mas ele não resistiu.

A morte de presos no sistema carcerário do Rio de Janeiro aumentou dez vezes, em quase 20 anos, segundo levantamento da Defensoria Pública do Estado. De 26 presos mortos em 1998, o número subiu para 266 óbitos, em 2017. No período, o total de presos mortos foi de 2.416. No mesmo período, a massa carcerária aumentou de 9 mil presos para 51 mil, mas crescimento menor, de quase seis vezes. A deficiência na prestação de serviços de saúde nos presídios, segundo a defensoria, é uma das principais causas da mortalidade.

Os dados mostram que dos 83 presos mortos entre 2014 e 2015, 30 apresentavam sinais de emagrecimento excessivo e desnutrição, segundo o laudo cadavérico. De acordo com o estudo, 53 pessoas morreram de tuberculose, pneumonia e complicações decorrentes de infecções pulmonares, sendo 35 delas tinham menos de 40 anos de idade.

O número gerou o alerta que motivou a Defensoria Pública a ingressar com uma ação civil pública (ACP), com pedido de tutela antecipada, requerendo ações imediatas para resolver ou mitigar o problema. Entre as medidas, está a contratação urgente de pessoal de saúde, pois o levantamento mostrou que, embora a massa carcerária tenha crescido fortemente, o número de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde ligados à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) foi reduzido.

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