Covid-19: Médico de São Fidélis alerta sobre desabastecimento de sedativos e sobre disponibilidade de oxigênio

Em nota a Associação Hospitalar Armando Vidal afirmou que “estamos vivendo uma crise de fornecimento em âmbito nacional de produtos medicinais para tratamento do Covid” e que não há falta de oxigênio na unidade, que conta com uma usina de produção do gás
Imagem: Reprodução

Em uma transmissão ao vivo realizada na noite desta quinta-feira (25/03) o médico Sebastião Neto falou sobre a situação do Hospital Armando Vidal, em São Fidélis, no Norte Fluminense, em particularmente sobre o setor de Covid-19. De acordo com o médico, o município vive um momento crítico, com aumento de internações e agravamento da pandemia. Em determinado momento, ele afirmou que chegou a ocorrer a falta de um sedativo, utilizado para intubação de pacientes. “Tivemos que usar outros tipos de sedativo que não são os mais adequados para fazer a sedação do paciente” – disse, destacando que em todo o Brasil está havendo um problema de desabastecimento de sedativos. “Está com falta. Mesmo que o hospital queira comprar, mesmo que tenha dinheiro, não vai ter (o medicamento) porque está faltando no Brasil inteiro” – frisou, explicando ainda que o medicamento é de uso contínuo, para manter o paciente sedado. “Às vezes precisamos usar altas doses. Esses pacientes de Covid tem uma dificuldade muito grande de sedar, temos que usar altas doses de manutenção então a gente consome muito esses medicamentos” – explicou ao SF Notícias.

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O médico falou ainda sobre a necessidade de as autoridades municipais alertarem a população sobre a real situação do município e sobre a questão da possível falta de oxigênio. “Tem tanta gente usando oxigênio no hospital, que a própria usina de oxigênio não consegue suprir a demanda. Então estão comprando bala de oxigênio, e estão com dificuldade de comprar. E se chegar o momento que não tiver como comprar?” – questionou o médico durante a live. Ele alertou que se continuarmos tendo a transmissão, infecção, as pessoas vão chegar ao hospital e não terão oxigênio, o que pode acarretar num maior número de óbitos. “Esse é o momento que a gente vive, é a realidade. O aviso é pra gente, pra população, pra que a gente freie a disseminação desse vírus. Porque a situação está muito grave” – disse.

Nesta sexta-feira (26/03) a direção do Hospital Armando Vidal publicou uma nota de esclarecimento afirmando que “vivemos uma crise de fornecimento em âmbito nacional de produtos medicinais para tratamento do Covid, principalmente os que integram o Kit intubação”. Ainda segundo a nota, “O Hospital Armando Vidal conta com sedativos para tratamento do covid, no entanto existe uma real dificuldade destes para aquisição no mercado. Quanto ao abastecimento de oxigênio, contamos com uma usina de produção deste gás e os cilindros são para eventual carência do sistema, conforme preconiza a legislação vigente. Durante a semana o fornecedor de cilindros de oxigênio, teve dificuldade de reabastecer mas em nenhum momento tivemos falta do produto” – informou a unidade hospitalar.

O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (23/03), que mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) começaram a ser distribuídos para todo o Brasil, em parceria com três empresas fabricantes. As entregas foram firmadas após reuniões entre a pasta e representantes dos laboratórios fornecedores dos medicamentos na segunda (22/03) e terça-feira (23/03). A empresa Cristália se comprometeu a fornecer 1,26 milhão de unidades dos medicamentos – as entregas começaram na terça e devem continuar ao longo dos próximos sete dias. A empresa Eurofarma entregará 212 mil ampolas em todo território nacional. A empresa União Química também enviará, até 30 de março, 1,4 milhão de unidades de medicamentos.

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