Com quase 32 anos em atividade, Tiro de Guerra de São Fidélis será fechado pela prefeitura

Fotos: SF Notícias / Tiro de Guerra

Mil duzentos e quarenta, esse é o número de fidelenses que passaram pelo Serviço Militar obrigatório em 31 anos de existência do Tiro de Guerra 01-003. Mas as próximas gerações, não terão esse privilégio com a decisão da prefeitura de São Fidélis de fechar a unidade militar.

Dos 5.700 municípios brasileiros, um pouco mais de 200 foram agraciados com a instalação de uma unidade do Tiro de Guerra, entre essas cidades, está São Fidélis, no Norte do Estado do Rio de Janeiro. Cerca de 40 atiradores são formados todos os anos. A instalação foi feita através de um convênio firmado pela prefeitura (vontade popular) com o Exército Brasileiro.

Lá os jovens aprendem noções e passam por instruções militares, ajudam em ações voltadas para a comunidade e aprendem diversas outras tarefas, como combate a incêndio e primeiros socorros. Eles também aprendem a ter responsabilidade, camaradagem, pontualidade, união/espírito de corpo, iniciativa, coragem, bravura, determinação respeito às autoridades e as pessoas, amor à Pátria e aos Símbolos Nacionais. Muitos fidelenses amanhecem com o cânticos dos atiradores que percorrem as ruas da cidade.

Mas, após os seus 31 anos – completará 32 anos em outubro – de funcionamento no município, o Tiro de Guerra 01-003 terá as suas atividades suspensas. O pedido foi feito pelo prefeito Amarildo Alcântara ao Comando da 1ª Região Militar do Rio de Janeiro.

Em uma nota divulgada, o atual Chefe da Instrução do Tiro de Guerra 01-003, o subtenente Jorge Marcelo Cruz, disse que a atual administração municipal resolveu tomar a decisão de transferir a sede do TG para o Parque de Exposições.

“Fui de parecer contrário pelos seguintes argumentos: Grande distância da região central da cidade, onde residem a maioria dos atiradores, lembrando que os mesmos não recebem nenhuma ajuda de custo para servirem à Pátria e se deslocam a pé ou de bicicleta. Local ermo e na beira de rodovia o que propícia tentativa de invasões por meliantes em busca de armamento etc”, diz a nota.

Devido à recusa, o atual prefeito e diretor do TG, resolveu solicitar ao comando da 1ª Região Militar a suspensão das atividades, que prontamente aceita devido o comando da Região ser sabedor da leniência que a prefeitura da cidade possui com o Tiro de Guerra.

Sem passar por manutenção na estrutura há anos, o Tiro de Guerra possui graves problemas de infiltração. Portas de madeira estão deterioradas por cupim e muros quase caindo. É prevista uma verba mensal para a unidade, mas até hoje, segundo um levantamento feito pelo SF Notícias, o TG não recebeu nenhum centavo. De acordo com alguns atiradores que procuraram nossa redação, a prefeitura tem repassado muito pouco, alguma coisa de material de limpeza, algumas folhas A4; isso, somente após várias idas dos atiradores a prefeitura, além de 40 pães por dia, ou seja, um para cada atirador se alimentar depois das instruções diárias. As demais alimentações, para aqueles que estão de plantão, é disponibilizada pelos colégios Barão de Macaúbas e Estadual, ou é comprada pelo dinheiro dos próprios atiradores.

“Desde quando me formei Terceiro-Sargento em 1994, sempre tive o sonho de um dia poder ter a honra de chefiar um Tiro de Guerra, e quando cheguei a graduação de Primeiro-Sargento, já com 21 anos de serviço, participei do difícil processo seletivo para chefia de TG, que é centralizado na Diretoria Geral de Pessoal (Brasília-DF) e com a graça de Deus fui agraciado com a chefia do nosso Tiro de Guerra, que foi a minha primeira opção.

Ao chegar aqui na cidade, fui muito bem recebido pelo antigo Chefe da Instrução, o então Subtenente Dos Santos, que me passou o cargo em solenidade, tal evento previa a presença de mais de 300 pessoas, porém só havia umas 30. O primeiro contato com o nosso TG foi um grande choque, pois apesar de saber que teria dificuldades inerentes à função, pude constatar o abandono por parte dos responsáveis com a estrutura física do TG e da total leniência e irresponsabilidade para com os 40 jovens cidadãos que são obrigados a servir a Pátria no TG anualmente por força de lei. Assim como fez os meus antecessores, não medi esforços e com ajuda dos meus atiradores, que tenho como verdadeiros filhos, cumprimos com as nossas obrigações e com as missões impostas e previstas nas legislações que tratam de TG. Fui nomeado Chefe da Instrução para o biênio 2015-2016, porém como achava que a missão ainda não havia terminado, resolvi pedir recondução do cargo e consegui ser reconduzido por mais um ano (2017)”, diz um trecho da nota divulgada pelo subtenente Jorge Marcelo Cruz.

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