Com dificuldades financeiras, APAE de Cambuci já não atende as crianças

Fotos: SF Notícias

Há 24 anos prestando serviços e atendendo aproximadamente 106 crianças especiais de Cambuci e até de Pureza, distrito de São Fidélis, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) daquele município, uma instituição que é importante para diversas crianças, passa por momentos difíceis. Sem dinheiro até mesmo para por combustível do veículo que era usado para buscar as crianças, a APAE não está mais atendendo. Segundo a diretora da unidade, Maria das Graças, os funcionários que estão há quatro meses com salários atrasados, cumprem apenas o horário. Muitos deles deram baixa na carteira e pedirão demissão.

A solução para a instituição, que ainda não recebeu nenhum repasse da prefeitura este ano, seria a ajuda do poder público, mas a proposta apresentada pelo prefeito e aprovada pela maioria dos vereadores nesta terça-feira (09/05) através de um projeto de Lei, não agradou aos funcionários que trabalham na APAE há 23 anos. Segundo eles, a prefeitura quer administrar a APAE e colocar novos funcionários. Enquanto isso, a APAE teria que arcar com as despesas dos funcionários que já tralham na associação, o que é impossível para a associação. “As crianças são acostumadas com a agente. Temos amor ao que fazemos. E agora? O que vão fazer com a gente? Já chorei muito e estamos todos preocupados”, disse uma das funcionárias.

Em março deste ano uma audiência pública debateu a situação da APAE. Na ocasião, o prefeito apresentou uma proposta para a renovação do contrato. Segundo o procurador do município, Alex Bitencourt, a proposta foi aprovada pelos associados.

“Era preciso renovar o contrato, fazer adequações como prestações de conta, plano de trabalho e foi feito uma proposta. A prefeitura disponibilizaria os funcionários e daria uma ajuda financeira. Em troca disso, o prefeito pediu que fosse feito um polo em São João do Paraíso, já que as crianças de lá não são atendias”, disse o procurador.

Quanto ao fato da associação não ter recebido nenhuma verba da prefeitura este ano, o procurador disse que não foi repassado pelo fato de não haver um contrato. Ele afirmou que em momento algum a prefeitura disse que iria dispensar os funcionários que já atuam na APAE.

“A prefeitura não vai administrar a associação. Apenas fazer um contrato. Ela vai continuar com a mesma administração. A prefeitura quer ajudar, mas a APAE precisa aceitar fazer o convênio”, concluiu Alex.

Cinco vereadores aprovaram o projeto de Lei apresentado pela prefeitura. Três votaram contra. Nossa redação tentou conversar com algum vereador do município. Ligamos para o telefone disponibilizado no site da Câmara, mas ninguém atendeu nossas ligações.

VEJA MAIS

VEJA MAIS

plugins premium WordPress