Com déficit em caixa e repasse atrasado da prefeitura, chega ao fim acordo que manteve o Armando Vidal funcionando

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Fotos: SF Notícias

Terminou no último dia 1º o acordo firmado entre a Associação Hospitalar Armando Vidal, Prefeitura de São Fidélis e o Ministério Público de Tutela Coletiva de Campos. O acordo foi firmado em dezembro do ano passado, quando a unidade começou a enfrentar uma crise financeira. Em agosto do ano passado, por exemplo, o hospital chegou a anunciar que iria entregar os serviços de urgências e emergências além da maternidade ao poder público municipal.

As dívidas foram crescendo, até que em novembro do ano passado, em uma reunião com autoridades políticas, religiosas, funcionários, médicos e a população, realizada no salão do Colégio Estadual de São Fidélis, foram debatidas ações para evitar o fechamento do hospital. Também foram apresentadas ao público presente, as planilhas de contabilidade com os repasses e as despesas da entidade filantrópica.

debate hospital 1Foi nesta reunião que ficou decidido que o hospital seria gerenciado por um representante da entidade, o médico Inavaldo Pontes, por um representante do poder público, o secretário Idefonso Tito de Azevedo, e por um representante escolhido pelo Ministério Público. O fato é que o acordo firmado para o grupo acima gerenciar o hospital nos últimos seis meses terminou no último dia 1º, e agora, o hospital volta à “estaca zero”. Para continuar “vivo”, o hospital busca agora um novo acordo com a Prefeitura de São Fidélis.

Em uma carta entregue a Promotoria de Tutela Coletiva do Ministério Público de Campos, Dr. Inalvado (foto) disse que foi verificado nesse período, desorganização do corpo funcional, problemas estruturais graves e débitos pregressos, mas que todas as atitudes necessárias e até antipáticas foram tomadas para evitar o fechamento da unidade. debate hospital 3O médico disse ainda que foi feito redução do custo em pessoal, negociações com médicos, fornecedores e que o hospital conseguiu recursos do Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI), o que possibilitou a reorganizar a farmácia e adquirir aparelhos.

O SF Notícias teve acesso ao documento referente a gestão do grupo. Nele é apresentada a prestação de contas, os investimentos do recurso do PAHI, os projetos e realizações, além de fotos das reformas realizadas no hospital. Durante os últimos seis meses foi feita a reforma e a pintura da maternidade, emergência e repouso da enfermagem, colocação de telhado na área externa da pediatria, correção de infiltrações, aquisição de aparelhos, de gerador, de eletrocardiograma, colchões pneumáticos, reforma do refeitório, cozinha e conserto do aparelho de Raio X, que estava parado a mais de seis meses. documento hopsital 12Durante a gestão foi apresentado e aprovado o projeto para a construção da UTI e a compra de aparelhos para o setor.

O recurso PAHI, creditou o valor de R$ 159.959,78 (com saldo anterior de R$ 5.477,60) totalizando R$ 165.437,38, que foram utilizados para aquisição de materiais hospitalares, aparelhos, colchões, ar condicionado, entre outros. O saldo do PAHI ficou em R$ 87,30.

O documento também apresenta o relatório de receitas desde o mês de dezembro de 2015 a abril de 2016. O setor da tesouraria apresenta o saldo negativo de R$ 148.877,09 no período de dezembro de 2015 a maio de 2016. Além disso, o repasse da Prefeitura no valor de R$ 175.000,00 do mês de abril desse ano, está em atraso, o que leva o hospital a pagar multas e juros em pagamentos de tributos. O relatório mostra também que a prefeitura sempre atrasou o repasse de verbas.

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