Após relatos de moradores da região sobre estrondo, astrofísico começa a investigar queda de meteoritos

O astrofísico afirma ainda que há semelhança com o caso ocorrido em São João do Paraíso, em Cambuci, em 2017. Segundo ele, até o momento a queda de meteoritos é a hipótese mais provável para explicar o que foi relatado pelos moradores. E aí, você ouviu o estrondo?

IMAGEM ILUSTRATIVA/ Meteoro visto na Bahia em maio de 2021

O estrondo ouvido por moradores de alguns municípios da região como Itaocara, Aperibé, Cambuci, Santo Antônio de Pádua, São Sebastião do Alto e zona rural de São Fidélis, por volta de 12h21min da tarde de terça-feira (11/01) está sendo investigado pelo astrofísico, professor da UENF e coordenador geral do Clube de Astronomia Louis Cruls, Marcelo de Oliveira Souza. Naquele dia, moradores relataram em redes sociais terem ouvido um estrondo, similar com um trovão, e alguns relataram ainda um tremor de terra. Alguns moradores disseram que pensaram se tratar de trovoadas e olharam para o céu para conferir se havia um temporal se formando.

“Achei que era trovoada, até sai pra ver o tempo se estava vindo temporal” – comentou uma moradora de Pirapetinga, cidade mineira vizinha a Pádua, onde o barulho também foi ouvido.

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Na última quarta-feira (12) ao SF Notícias o professor e físico, Dr. Marcelo Oliveira, coordenador do Clube de Astronomia Louis Cruls, informou que não houve registro de abalo sísmico nas regiões Norte e Noroeste Fluminense na terça. Mas, o astrofísico explicou que poderia se tratar da entrada de um asteroide na atmosfera terrestre. “Se foi uma explosão de um asteroide deve ter ocorrido quedas de meteoritos. Tudo indica que se houve uma explosão foi acima da superfície. O mais importante neste momento é a divulgação do que ocorreu para recebermos mais relatos” – disse.

O professor segue investigando o fato. “Recebi alguns relatos e alguns áudios. Todos dizem a mesma coisa, só surgiu uma dúvida em relação ao tremor, alguns dizem que ocorreu em outro horário” – conta. Ele afirma ainda que há possibilidade de terem caído fragmentos na região. “Estou na torcida pelo aparecimento de meteoritos. É muito difícil encontrar. De qualquer forma até o momento é a hipótese mais provável para explicar o que foi relatado pelos moradores das cidades do Noroeste Fluminense. O importante é ter mais relatos” – destaca.

Semelhança com caso ocorrido em distrito de Cambuci em 2017
O astrofísico afirma ainda que há semelhança com o caso ocorrido em Cambuci em 2017. Na madrugada do dia 15 de março daquele ano, moradores escutaram um barulho muito alto, seguido de um tremor de terra. Naquela madrugada, o sismógrafo do Observatório Sismológico de Brasília (OBSIS) registrou um tremor de terra de magnitude 2.6 na escala Richter. O epicentro foi na localidade de Cruzeiro, mas segundo o observatório, o tremor também foi sentido – em intensidade menor – em outros municípios, entre eles, Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, Italva, Itaperuna e localidades de São Fidélis. O tremor ocorreu na superfície, já que o sismógrafo registrou o abalo de profundidade zero, descartando então, a possibilidade de terremoto, já que não foi abaixo da terra.

“Eu estive lá em São João do Paraíso. O abalo sísmico foi registrado. Também deve ter ocorrido queda de meteoritos. Mas, como há muita mata na região é muito difícil encontrar. Os dois eventos são muito semelhantes” – disse o professor. Diante dos dados fornecidos pelo Observatório Sismológico de Brasília em 2017, um grupo esteve no local apontado como sendo o epicentro do tremor, mas não encontraram nada. Durante dois dias eles também entrevistaram os moradores e reuniram vários relatos. Ele segue pesquisando o fato ocorrido na última semana. “É uma pesquisa longa que depende de relatos e indícios” – frisa.

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