Após 60 dias percorrendo 39 cidades e 1.137 quilômetros, chegou ao fim na tarde deste domingo, a expedição pelo Rio Paraíba do Sul, feita de caiaque desde a nascente do Rio Paraitinga até a foz em Atafona, em São João da Barra, no ‘Projeto Cachoeiras’, que foi concebido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O percurso foi feito pelo canoísta de São José dos Campos e recordista mundial de salto em cachoeiras, Pedro Oliva, que na sexta-feira, ao passar por São Fidélis, parou por alguns minutos para conversar com nossa equipe, como já mostramos aqui.
Expedição no Paraíba do Sul: recordista mundial passa por São Fidélis
Em Atafona, o atleta foi recebeido pela sua equipe de trabalho, que acompanhava ele em dois carros, e por homens do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil.
O projeto consiste no levantamento longitudinal de parâmetros hídricos e atmosféricos do Paraíba do Sul. Ele trará informações sobre a água e a faixa da atmosfera logo acima do rio que permitirão uma análise completa da atual situação do Paraíba. Também está sendo avaliado, por exemplo, o impacto causado pela construção de represas e o papel das cachoeiras e corredeiras ao longo do rio.
Além de uma miniestação meteorológica automática que coletou as informações sobre o ar, como temperatura, vento, umidade e pressão, Pedro carregou em tempo integral uma sonda que media e registrava várias informações da água, como oxigênio, metais e PH. A cada 5 quilômetros ele enchia os frascos e mandava as informações para um laboratório móvel, um trabalho que envolveu cinco universidades, usando o esporte para unir a ciência e a sociedade.
“Esperamos que o projeto traga um interesse da população pela preservação do rio, e mudar essa relação que muitos possuem, de que o rio é o local de depositar lixo. Elas precisam entender que o rio é uma fonte de vida; uma água que precisamos cuidar e saber usar. Estou bastante cansado, exausto, mas feliz por fazer parte desse trabalho histórico. Fui muito bem recebido por onde passei. O momento não é de cobrar das empresas, empresários, prefeitos e prefeituras, mas chamar a sociedade para se responsabilizar e fazer algo de prático; uma união para que podemos construir um futuro melhor para o Paraíba”.
Pedro contou que escolheu o Paraíba do Sul, por fazer parte da sua vida; o local onde ele foi criado, e por ser o rio que abastece a sua cidade e sua casa; uma forma de retribuir o que as águas do Paraíba fez por ele.