Expedição no Paraíba do Sul: recordista mundial passa por S.Fidélis

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Fotos: Matheus Almeida / arquivo pessoal

Um projeto piloto e histórico está sendo desenvolvido nas águas do Rio Paraíba do Sul. A expedição que começou em julho, está unindo ciência, esporte e educação social e ambiental, usando um caiaque e um esportista para colher dados do rio.

O canoísta de São José dos Campos e recordista mundial de salto em cachoeiras, Pedro Oliva, que está percorrendo os 1.137 quilômetros do Rio Paraíba do Sul, desde a nascente do rio Paraitinga até a foz em Atafona, em São João da Barra, passou por São Fidélis na tarde desta sexta-feira (11), e parou por alguns minutos para falar com exclusividade ao SF Notícias. Segundo Pedro, o Paraíba foi escolhido por fazer parte da sua vida, onde ele foi criado, e por ser o rio que abastece a sua cidade e sua casa; uma forma de retribuir o que as águas do Paraíba fez por ele.

O  ‘Projeto Cachoeiras’ foi concebido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O projeto consiste no levantamento longitudinal de parâmetros hídricos e atmosféricos do Paraíba do Sul. Ele trará informações sobre a água e a faixa da atmosfera logo acima do rio que permitirão uma análise completa da atual situação do Paraíba. Também está sendo avaliado, por exemplo, o impacto causado pela construção de represas e o papel das cachoeiras e corredeiras ao longo do rio.

expedição paraiba 5Além de uma miniestação meteorológica automática que coletará as informações sobre o ar, como temperatura, vento, umidade e pressão, Pedro carrega em tempo integral uma sonda que mede e registra várias informações da água, como oxigênio, metais e PH. A cada 5 quilômetros ele enche os frascos e expedição paraiba 7manda as informações para um laboratório móvel, um trabalho que envolve cinco universidades, usando o esporte para unir a ciência e a sociedade.

Segundo Pedro, em algumas das 39 cidades cidades situadas às margens do Paraíba do Sul, a equipe faz uma parada para desenvolver o projeto de cartografia social, desenvolvido pelo curso de engenharia ambiental da Universidade de São José dos Campos, voltado à educação socioambiental, onde ele faz palestras procurando entender a relação das pessoas com o rio; o índice de felicidade/satisfação e noção geográfica, ou seja, se a população dessa cidade entende de onde o rio nasceu e para onde ele está indo, além da importância do Paraíba para essas cidades.

Em alguns trechos do Paraíba, como em São Fidélis, Pedro rema com o fio de um balão meteorológico amarrado a ele. Esse balão fica a aproximadamente 30 metros de altura e os sensores de umidade e temperatura amarrados pelo fio estão registrando as medidas do perfil vertical da atmosfera.

“Esperamos que o projeto traga um interesse da população pela preservação do rio, e mudar essa relação que muitos possuem, de que o rio é o local de depositar lixo. Elas precisam entender que o rio é uma fonte de vida; uma água que precisamos cuidar e saber usar. Estou bastante cansado, exausto, mas feliz por fazer parte desse trabalho histórico. Fui muito bem recebido por onde passei. O momento não é de cobrar das empresas, empresários, prefeitos e prefeituras, mas chamar a sociedade para se responsabilizar e fazer algo de prático; uma união para que podemos construir um futuro melhor para o Paraíba”.

expedição paraiba 4Pedro chegou na região na quarta-feira, onde passou por Itaocara. Na noite de quinta-feira para sexta, o canoísta dormiu na sede do Destacamento do Corpo de Bombeiros de Cambuci, e na sexta pela manhã, voltou para as águas do rio e, seguiu em direção ao município de São Fidélis. A previsão é que a expedição termine neste domingo às 15h, expedição paraiba 1quando Pedro deve chegar em Atafona, mas segundo a equipe móvel que acompanha ele, essa previsão pode mudar, pois depende das condições do atleta e do tempo.

A equipe móvel é formada por dois carros e seis pessoas, sendo elas; o câmera Nicolas Zugaib, o cozinheiro argentino Marcos Lobos, o motorista Peterson e três pesquisadores: Felipe Pacheco do Inpe, Marcela Miranda da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e André Reis da Unifei, a Universidade Federal de Itajubá / MG. O projeto deverá ser desenvolvido em outros rios do Brasil, e até mesmo, em outros locais como montanhas.

É possível acompanhar o percurso do ‘Projeto Cachoeiras’ no localizador online pelo endereço http://trackingsystem.nuvem.us/inpe/

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