Anvisa investiga morte de adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer

Segundo a Anvisa, no dia 2 de setembro, ocorreu uma reação adversa grave em uma adolescente após uso da vacina contra a Covid-19, mas que no momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina

Imagem ilustrativa/ Secom Campos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) investiga o caso da morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer. A Agência foi informada nesta quarta-feira (15/09) que, no dia 2 de setembro, ocorreu uma reação adversa grave em uma adolescente após uso da vacina contra a Covid-19. Segundo a Anvisa, no momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina. A Agência informou que já iniciou a avaliação e a comunicação com outras autoridades públicas e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina.

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Além de estabelecer contato com as sociedades científicas, a fim de intensificar a identificação precoce dos casos de eventos adversos graves pós-vacinação de adolescentes, a Anvisa realizará reunião com a empresa Pfizer e os responsáveis pela investigação do caso no estado, além do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional para obter mais informações. “A Agência ressalta que todas as vacinas autorizadas e distribuídas no Brasil estão sendo monitoradas continuamente pela vigilância diária das notificações de suspeitas de eventos adversos. Os dados gerados pelo avanço do processo vacinal em larga escala são cuidadosamente analisados em conjunto com outras autoridades de saúde. Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus risco para todas as vacinas, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos” – destacou a Anvisa.

Suspensão da vacinação
Uma decisão do Ministério da Saúde pegou os municípios de surpresa. Em nota divulgada na noite de ontem, a pasta recomendou a vacinação contra a Covid-19 apenas para adolescentes entre 12 e 17 anos com comorbidades, com deficiência permanente e privados de liberdade. De acordo com o Ministério, a orientação é baseada, entre outros fatores, em evidências científicas que consideram o baixo risco de óbitos ou casos mais graves da Covid-19 neste público. Entre os adolescentes, de 15 a 19 anos, que morreram por Covid-19, 70% tinham pelo menos um fator de risco. Entre os mais de 20 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 3,4% têm alguma comorbidade, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Esse número representa cerca de 600 mil jovens nesta faixa-etária.

“O Ministério da Saúde pode rever a sua posição, desde que haja evidências científicas sólidas em relação à vacinação em adolescentes sem comorbidades. Por enquanto, por uma questão de cautela, nós temos eventos adversos a serem investigados. Nós temos essas crianças e adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles. Nós temos que acompanhar esses adolescentes”, ressaltou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

A pasta aguarda a conclusão da investigação de um evento adverso grave pós vacinação – a morte da adolescente. Até o momento, não é possível saber se a morte da adolescente, que foi vacinada com a Pfizer/BioNTech, tem relação direta com a vacina ou se ela tinha algum fator de risco. Esse fato será detalhadamente apurado pelas equipes de vigilância do estado e pelo Ministério da Saúde. No total, 1.545 efeitos adversos pós vacinação foram notificados em adolescentes até agora – o que representa 0.042% do total do número de adolescentes vacinados – que podem ou não ter relação com a vacina. A maioria dos eventos adversos, 93%, ocorreu no público que tomou imunizantes sem autorização para uso em adolescentes.

O Ministério citou ainda que no Reino Unido, o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização decidiu não recomendar a vacinação de adolescentes sem comorbidades no início de setembro, e que a decisão foi baseada nos efeitos adversos pós vacinação e na análise de um efeito colateral raro, uma inflamação no coração chamada miocardite. As autoridades de saúde também estão investigando os casos.

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