Acusados de manterem homens como escravos em São Fidélis, conseguem liberdade provisória

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Fotos: SFnotícias

Hoje completa dois anos de uma das mais importantes operações realizadas pela Polícia Civil em São Fidélis. Naquele dia 26 de abril de 2014, os policiais estouraram um cativeiro e libertaram três homens que eram mantidos em condições análogas a de escravos na localidade de VITIMASAngelim.

A ação foi realizada após uma quarta vítima conseguir fugir na noite do dia anterior, e procurar ajuda.

Roberto de Oliveira, de 36 anos, Davi Pereira Ferreira, 38 anos, ambos de São Fidélis, Cirlei Rodrigues Moreira, de 36 anos, de Itaperuna e Romário Mota Rosa, de 26 anos, morador de Campos disseram que recebiam ameaças quando manifestavam o desejo de ir embora. Eles eram mantidos em um quarto pequeno, com um banheiro sujo, uma pia, uma pequena mesa de madeira e duas camas de solteiro. Ao lado do quarto havia um chiqueiro.

O proprietário da fazenda, Paulo Cezar Azevedo Girão, de 59 anos, o filho Marcelo Conceição Azevedo Girão, de 33 anos, e o caseiro, Roberto Melo da Araújo, de 38 anos, foram presos em flagrante. Meses depois os três foram denunciados a Justiça Federal pelo Ministério Público Federal, por manter quatro homens em condições análogas à escravidão por até 14 anos.

gsxbiwusabofvEm janeiro do ano passado, Paulo Cezar Azevedo Girão foi condenado a 10 anos e seis meses, enquanto seu filho, Marcelo Conceição Azevedo Girão, sete anos e seis meses. Já o capataz Roberto Melo de Araújo foi condenado a sete anos de reclusão.

cativeiro foto vinnicius cremoenz 2Em um dos trechos da condenação, o procurador da República Bruno de Almeida Ferraz, disse que a condenação criminal obtida consiste em um passo importante no enfrentamento aos crimes que atentam contra a dignidade e os direitos humanos, notadamente na região Norte Fluminense, área mais propícia ao cativeiro foto vinnicius cremoenz 8desenvolvimento de trabalhos ligados à lavoura canavieira e que apresenta os maiores índices de trabalho escravo do Estado.

Em fevereiro desse ano, a defesa dos três conseguiu na justiça a revogação da prisão, alegando que com a redução das penas, eles teriam direito à progressão para o regime aberto com prisão domiciliar e, até mesmo, liberdade condicional, considerando o tempo já cumprido de prisão preventiva. O Desembargador Federal Antônio Ivan Athié substituiu a prisão pela medida cautelar de comparecimento mensal ao Juízo da 1ª Vara Federal de Campos dos Goytacazes, para justificar atividades, proibindo os três de terem contato com as vítimas.

Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Roberto Melo, e Marcelo Conceição estão em liberdade desde o dia 18 de fevereiro. Já Paulo Cezar está em liberdade desde o dia 20 de fevereiro.

De acordo pessoas próximas da família, Paulo Cezar faleceu vítima de um infarto dias após ser solto.

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