Fazer história parece ser mesmo o destino do jovem Rafael Soriano. O treinador do Campos Atlético, conhecido como Roxinho, atingiu o feito inédito de conquistar dois acessos em pouco mais de um ano, ao comandar a subida do time da Série C para a Série B do Campeonato Carioca, e logo depois para a elite do futebol estadual. Tudo isso para um profissional de apenas 31 anos de idade e uma das mais gratas revelações do Estado no ramo, eleito pelo público do FutRio.net como melhor treinador das respectivas competições em dois anos seguidos.
O feito de Soriano é inédito em 110 anos de futebol no Rio de Janeiro. De quebra, ele ainda conseguiu reerguer o clube após nada menos que 26 anos de inatividade. O Campos fechou suas portas para competições profissionais pouco depois de abri-las, em 1989. No ano passado, o clube voltou e escolheu Rafael como seu gerente de futebol. Um problema pessoal com o então treinador Luciano Lamoglia mudou os planos e o jovem voltou ao posto de técnico, que já tinha recebido em clubes como Sampaio Corrêa e Boavista. Desta vez, a subida seria exponencial.
– É uma alegria imensa. Receber, no ano passado, um prêmio da Série C e, logo na temporada seguinte, ganhar também o da Série B, era até meio inimaginável. O ano se tornou desgastante, mas todos foram merecedores do sucesso. O planejamento sempre foi fazer uma participação histórica, uma grande campanha, mas consolidando o time na divisão. O desenrolar da competição acabou nos mostrando que era possível subir – festeja o jovem treinador.
Se Soriano já mostra jovialidade atualmente, seu começo foi ainda mais precoce. Em 2007, com apenas 22 anos de idade, ele era auxiliar de Mário Marques no Cardoso Moreira, que disputava a Segundona. Em um dos jogos da competição, ele acabou assumindo o lugar do companheiro e realizando sua estreia como técnico. Naquele ano, o Cardoso ascendeu à Série A. Na temporada seguinte, mais um acesso: agora com o São João da Barra FC, na Terceirona. Depois, Americano, Goytacaz, Sampaio, Boavista e, agora, Campos. Entre os clubes de menor investimento, passagens de respeito.
Porém, Soriano acredita que a tendência, a partir de agora, é que técnicos que surgiram como ele ganhem mais espaço, independentemente de sua trajetória profissional. Com o sucesso de nomes com Jair Ventura, no Botafogo, e Zé Ricardo, no Flamengo, é o resultado e a capacidade de render sob pressão de cada profissional que deve ditar o rumo das coisas no futuro próximo. Para o jovem técnico, a nova geração veio para ficar:
– A gente precisa trabalhar e alcançar esses resultados aos poucos. Hoje, as coisas acontecem de uma forma diferente: o trabalho vem antes do currículo. Antigamente, era o contrário. Os profissionais têm mostrado capacidade e gerado uma renovação que vai acontecer ainda mais em 2017. Vimos o Felipe Surian ganhando um título brasileiro da Série D (com o Volta Redonda), isso abre um caminho para a gente.