
29 de março de 2003. Uma data que ficou na memória de pescadores e moradores de várias cidades dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Naquele dia, uma barragem de rejeitos industriais se rompeu em Cataguases. O caso que ficou conhecido como “acidente de Cataguases” aconteceu na Fazenda Bom Destino, que fica há 13 quilômetros da área urbana daquele município.
Com o rompimento da barragem, 900 mil metros cúbicos de rejeitos industriais, um licor negro – material orgânico constituído basicamente de lignina e sódio – foram lançados na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
O abastecimento de água foi interrompido por mais de uma semana em diversas cidades ao logo dos rios Pomba e do Rio Paraíba do Sul, como Santo Antônio de Pádua, Itaocara, Cambuci, São Fidélis e Campos.

“Em minha rua, os moradores se uniram. Cada um ajuda ao outro. Acabava a água em uma casa, pegava com o vizinho. Foi assim até o abastecimento voltar ao normal”, disse José Dias, morador do bairro Vila dos Coroados. O governo do Estado enviou carretas do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil para ajudar no abastecimento dos municípios.
O rompimento da barragem se tornou um dos maiores acidentes ambientais do Brasil. Anos depois outras duas barragens se romperam no estado de minas, como a de Miraí, que já havia vazado em 2006, e se rompeu em 2007.
O rompimento da barragem de rejeitos de bauxita provocou a morte de peixes e arrastou casas, carros e propriedades rurais inteiras em Muriaé, cidade vizinha. Passados 13 anos, o Estado do Rio de Janeiro ainda está ameaçado por outras 12 barragens de rejeitos de Minas Gerais, que estão próximas aos rios da Bacia do Paraíba do Sul.