Polícia Civil instaura inquéritos para investigar mortes de jovens após partos no Hospital de São Fidélis

Polícia realizará oitiva de toda equipe médica, análise dos prontuários médicos e de todos os boletins de atendimentos médicos das vítimas.

A Polícia Civil, através da 141ª Delegacia de Polícia de São Fidélis, instaurou dois inquéritos para apurar as mortes de Aline Jeremias Araújo de Oliveira e Crysllane Mendonça Machado. Ambas realizaram partos com algumas horas de diferença no Hospital Armando Vidal, e morreram.

Ao SF Notícias, o delegado titular da delegacia de São Fidélis, Dr. Rodrigo Maia, informou que dois inquéritos foram instaurados e que a Polícia Civil está investigando as duas mortes. “A Polícia Civil realizará uma investigação isenta com a oitiva de toda equipe médica para esclarecimento dos fatos, análise dos prontuários médicos e de todos os boletins de atendimentos médicos das vítimas”, disse o delegado.

A primeira vítima foi Aline Jeremias Araújo de Oliveira. Ela teve complicações no pós-parto, foi levada para o Hospital Plantadores de Cana, que é referência para gestantes na região, mas não foi admitida na unidade, sendo então levada ao Hospital Ferreira Machado, onde não resistiu e morreu 48 horas após o parto. A segunda vítima é Crysllane Mendonça Machado. Ela também teve o bebê no HAV, chegou a ter alta no dia seguinte, mas retornou para o hospital 5 dias depois se sentindo mal e não resistiu.

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Nota do hospital.
Referente à morte de Aline, o hospital informou que: trata-se de uma gestante de 36 semanas, que deu entrada às 23:14 com indícios de trabalho de parto. Pelo fato do feto ainda estar em prematuridade, a equipe iniciou os procedimentos da transferência da mesma para o hospital de referência (Hospital Plantadores de Cana – Campos dos Goytacazes), conforme pactuação. Contudo, devido à rápida evolução do trabalho de parto, a paciente não teria tempo hábil para ser transferida. Dessa forma, a obstetra plantonista efetuou o parto vaginal (“normal”). Parto este que ocorreu sem intercorrência, com o nascimento do bebê saudável. Entretanto, houve complicação no pós-parto imediato, onde não houve a “saída” da placenta, como deveria ocorrer.

Ainda segundo a nota, com esta complicação do pós-parto (muito incomum), a equipe do hospital procedeu com a paciente para o hospital de referência em Campos, numa tentativa de prestar à paciente o suporte adequado diante daquela complicação incomum. Mas, segundo o HAV, houve negativa da transferência da paciente pelo Plantadores de Cana, bem como de outro hospital de maior porte naquele município (Hospital Geral de Guarus). Por fim, após muita insistência, a transferência da paciente foi aceita no Hospital Ferreira Machado, mas Aline não resistiu.

Já sobre o segundo caso, o Armando Vidal informou que trata-se de uma puérpera que era acompanhada pelo pré-natal de alto risco e que teve parto cesariano no dia 17, parto este sem intercorrência, tendo a paciente e o recém-nascido recebido alta hospitalar no dia 18. Ainda de acordo com a nota, a puérpera em questão retornou ao pronto-atendimento no dia 22 com quadro de falta de ar e cansaço. Foi atendida, medicada e internada após realização de exames. Horas depois, a mesma evoluiu piora acentuada da “falta de ar”, sendo transferida para a sala de estabilização com provável quadro de tromboembolismo pulmonar.  Foi assistida pela equipe da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Armando Vidal, porém, acabou evoluindo para o óbito.

Em nota enviada ao SF Notícias, a direção do Hospital Plantadores de Cana informou que todo paciente residente em outro município, antes de ser atendido, precisa ter a vaga de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) solicitada pela Central de Regulação. Ainda de acordo com a direção, “a paciente foi levada para o HPC, sem que a vaga fosse solicitada. Esclarecemos ainda que a autorização para a internação só foi liberada pela Central na madrugada do ocorrido” – diz a nota. Também em nota, o Hospital Ferreira Machado informou que ela faleceu às 04h05 do dia 19 e que a causa da morte foi choque hipovolêmico.

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