PF, Receita Federal e CGU fazem operação em Miracema e outras cidades contra fraude de certames licitatórios

Operação visa desarticular organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos

Imagem: Receita Federal – Jornal na Boca do Povo

A Receita Federal, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deflagraram, na última quinta-feira (08/12) a operação “Terceirização de Ouro”, visando desarticular organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos, identificada na operação “Lama Asfáltica” e na operação “Mineração de Ouro”.

As investigações apuram a indevida contratação de empresa mediante licitações fraudulentas, utilizando-se de conluio prévio entre as pessoas jurídicas vinculadas participantes do certame. Os investigados utilizavam-se de diversos artifícios para frustrar o caráter competitivo da licitação como rapidez incomum na tramitação do procedimento, exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto, contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e aresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.

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Por meio da análise do material apreendido por ocasião da Operação Mineração de Ouro, bem como dos dados obtidos no bojo da investigação com as quebras de sigilos bancários, fiscais e telemáticos, foi possível apurar que, para dissimular a destinação dos recursos debitados nas contas da empresa contratada, foram criados diversos mecanismos de blindagem patrimonial, antes de serem creditados em contas do destinatário final.

Os valores foram creditados em contas de outras pessoas jurídicas, porém, sem quaisquer contrapartidas fiscais que pudessem justificar tais depósitos. A ocultação do destinatário desses valores foi facilitada pela realização de saques em espécie sem a rastreabilidade dos favorecidos, dificultando a identificação do caminho do dinheiro. Para tanto, substanciais valores em cheques foram sacados irregularmente do caixa, em desacordo com os procedimentos operacionais do próprio banco.

A ação ocorre nas cidades de Campo Grande (MS), Brasília (DF), Miracema(RJ), São Paulo(SP) e Porto Alegre (RS). Foram expedidos 28 mandados de Busca e Apreensão, cinco afastamentos do exercício de servidores públicos de suas funções públicas e cinco monitoramentos eletrônicos, com uso de tornozeleiras eletrônicas. Participam da operação 39 auditores-fiscais e analistas-tributários, 114 policiais federais e sete servidores da CGU.

As medidas visam apurar a possível ocorrência de favorecimento de terceiros por servidores públicos, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e contratação de funcionários “fantasmas”. O nome da operação faz alusão à forma adotada para o desvio de recursos públicos pela contratação fraudulenta de empresas para prestação de serviços a uma instituição pública do MS.

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