Ontem foi a noite, sem dúvida, mais glamourosa do ano. Arrisco a dizer que foi uma das melhores edições do Oscar dos últimos 87 anos. O ator Neil Patrick Harris estava super no tom comandando a apresentação, que já de início nos presenteou com um musical de arrepiar onde homenageou o cinema, isso sem contar seu senso de humor na medida certa durante toda a cerimônia.
Estava comentando com minha amiga, fico chocado como tudo sai milimétricamente perfeito, a transmissão é ao vivo, para o mundo todo e nada dá errado. Os cortes de câmera são perfeitos, a trilha entra e sai nos momentos certos, nada fica fora de lugar, nenhum improviso é constrangedor, tudo, absolutamente tudo funciona. Dá vontade de esconder a cabeça em baixo da terra quando lembramos das “premiações ao vivo” que acontecem aqui no Brasil, com os brilhantes humoristas e cantoras de axé fazendo piadas e errando, errando feio durante toda a transmissão. Desculpe, mas não dá nem pra comparar!
O ponto alto de toda a noite, foi sem dúvida a Lady Gaga, que nos surpreendeu não só na voz, quanto no figurino e maquiagem, julgo a dizer que a carreira dela se divide agora entre antes e depois da cerimônia do Oscar de 2015. Poucos conheciam esse potencial vocal, fiquei emocionadíssimo com o pout-pourri da Noviça Rebelde e mais ainda com o encontro dela e a Julie Andrews no final. Ah que lindo ver a minha Mary Poppins emocionada, elegantíssima como sempre sendo homenageada, fiquei tão feliz nesse momento.
Assisti a transmissão pela TNT e achei a postura do Rubens Ewald Filho muito parcial, uns comentários pejorativos e desnecessários, que por muitas vezes me dava a impressão que estava assistindo a Rede TV, não precisávamos ouvir nenhuma alfinetada em ninguém, nenhum comentário do tipo: “Ela envelheceu mal” ou “O vestido inapropriado…”. Porém, sem querer defender, mas quando a Globo decidiu exibir a cerimônia depois do Big Brother, me surpreendi com a cobertura deles. Adorei a Maria Beltrão com Artur Xexéo e Lazaro Ramos, excelente transmissão, comentários pertinentes e do jeito que deve ser, com elegância e informação.
Sobre a premiação, achei justa, “Birdman” realmente é genial, super merecido todos os troféus, principalmente o de melhor Diretor para o Alejandro González, já era fã dele desde “21 gramas” e “Babel”, agora fiquei mais ainda. Essa ideia do filme de parecer que tudo foi um grande plano sequência é simplesmente fantástica, fora o roteiro, interpretação dos atores e toda a concepção do filme. Porém achei que “Boyhood” foi pouco premiado, o filme é um marco e merecia mais reconhecimento, diferente do “Grande Hotel Budapeste” – O grande premiado da noite, que mesmo sendo um ótimo filme, não chega a merecer tanto. Mas, ok! Passa!
Um outro momento emocionante foi a apresentação da música “Glory” composta e gravada por John Legend e Common do filme “Selma – Uma Luta Pela Igualdade”, que acabou ganhando o Oscar de melhor canção original. A música foi a última das cinco indicadas a ser executada na transmissão do evento e emocionou demais a plateia.
Enfim, foi tudo lindo e emocionante, uma noite realmente inesquecível. Se você estava fora do planeta e não tem ideia de quem levou a estatueta pra casa, segue a listinha dos vencedores. Um beijo e até semana que vem!
Melhor Filme: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Melhor Diretor: Alejandro González Iñárritu – Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Melhor Ator: Eddie Redmayne – A Teoria de Tudo
Melhor Atriz: Julianne Moore – Para Sempre Alice (2014)
Melhor Ator Coadjuvante: J.K. Simmons – Whiplash: Em Busca da Perfeição
Melhor Atriz Coadjuvante: Patricia Arquette – Boyhood. Da Infância à Juventude
Roteiro Original: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo
Roteiro Adaptado: O Jogo da Imitação – Graham Moore
Filme de Animação: Operação Big Hero – Disney
Filme em Língua Estrangeira: Ida (Polônia) – Pawel Pawlikowski
Melhor Fotografia: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Emmanuel Lubezki
Melhor Montagem: Whiplash – Em Busca da Perfeição: Tom Cross
Melhor Design de Produção: O Grande Hotel Budapeste – Adam Stockhausen, Anna Pinnock
Melhor Figurino: O Grande Hotel Budapeste – Milena Canonero
Melhor maquiagem e penteados: O Grande Hotel Budapeste – Frances Hannon, Mark Coulier
Trilha Sonora: O Grande Hotel Budapeste – Alexandre Desplat
Canção Original: Selma: Uma Luta Pela Igualdade – Common, John Legend (Glory)
Melhor Mixagem de Som: Whiplash – Em Busca da Perfeição: Craig Mann, Ben Wilkins, Thomas Curley
Melhor Edição de Som: Sniper Americano – Alan Robert Murray, Bub Asman
Efeitos Visuais: Interestelar – Paul J. Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter, Scott R. Fisher
Melhor Documentário: Citizenfour – Laura Poitras, Mathilde Bonnefoy, Dirk Wilutzky
Melhor Documentário Curta-Metragem: Crisis Hotline: Veterans Press 1 – Ellen Goosenberg Kent, Dana Perry
Melhor Curta-Metragem de Animação: Feast (O Banquete) – Patrick Osborne, Kristina Reed
Melhor Curta-Metragem: The Phone Call – Mat Kirkby, James Lucascx