Operários trocam 90 cadeias de isoladores, com 110 kg cada, em torres de transmissão com linha energizada

Para manutenção com a linha desenergizada, seriam necessários desligamentos por vários dias dessa importante linha de transmissão de energia, o que tornaria inviável sua execução

Cerca de 30 profissionais estão trabalhando literalmente nas alturas, em forma de mutirão, para trocar 90 cadeias de isoladores, que pesam cerca de 110 quilos cada, em 40 torres da Linha de Transmissão (LT) 345 kV Campos – Macaé 1, entre os dois municípios do interior do estado do Rio de Janeiro. Os trabalhadores estão fazendo a troca dos componentes sem afetar a transmissão de energia, ou seja, a manutenção é feita com a linha de transmissão energizada. A cadeia de isoladores é uma parte fundamental para o adequado funcionamento da linha de transmissão, pois além de sustentar o cabo que conduz a energia, ela também é responsável por separar a parte energizada (cabo) da parte desenergizada (torre).

Com a substituição programada dos isoladores, FURNAS pretende aumentar a disponibilidade da LT evitando desligamentos por falhas e evitando também o desligamento programado, pois fará a manutenção utilizando a técnica de manutenção em linha viva. Para a realização da mesma manutenção com a linha desenergizada, seriam necessários desligamentos por vários dias dessa importante linha de transmissão de energia, o que tornaria inviável sua execução tendo em vista a necessidade de atendimento à transmissão de energia elétrica.

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A chamada “manutenção em linha viva”, que completa 51 anos em 2021, foi trazida dos Estados Unidos pela empresa Chance e representou importante avanço tecnológico para o setor elétrico brasileiro. “Antes, uma operação do tipo exigia a interrupção do fornecimento de energia, podendo deixar municípios e milhares de pessoas sem energia. Com a nova técnica, isso não foi mais necessário, trazendo maior confiabilidade para o setor elétrico e benefícios para a sociedade”, explica o engenheiro eletricista Gerson Resende, do Departamento de Linhas de Transmissão de FURNAS.

A iniciativa também permitiu a especialização dos profissionais eletricistas de linha de todo o setor elétrico, que passaram a exercer funções e tarefas mais técnicas e com alto nível de segurança. Por conta da importância, da qualidade e dos riscos inerentes à atividade, FURNAS também se consolidou como referência para as demais empresas do setor, e passou a fornecer consultorias para outras empresas do mercado de energia.

A partir da experiência bem-sucedida de FURNAS, as demais empresas de transmissão do país, como Chesf, Cemig, Copel, Eletrosul e Eletronorte, também passaram a treinar seus eletricistas e adotaram a aplicação da técnica. “Além do aumento da confiabilidade do sistema elétrico, ao disponibilizar maior fornecimento de energia aos consumidores sem interrupções, a metodologia mostrou-se mais técnica, qualificada e segura”, reforça Gerson Resende. Com o decorrer dos anos, a manutenção de linha viva evoluiu, desde as técnicas adotadas até os critérios de segurança, formação e qualificação dos eletricistas. “O ineditismo de FURNAS e as primeiras experiências foram fundamentais para as práticas adotadas no mercado hoje. FURNAS atualmente executa a atividade em LTs de 138, 230, 345, 500, 600 e 750 kV”, conclui Ricardo Abdo, gerente do Departamento de Linhas de Transmissão de FURNAS.

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