Ondulações no asfalto, buracos e falta de ciclovia colocam ciclistas em risco em São Fidélis

Construção de uma ciclovia chegou a ser anunciada pela prefeitura e deveria ter ficado pronta em 2012, mas ela não passou de uma promessa política

Se para motoristas e motociclistas já é complicado passar pela Rua Duque de Caxias, em São Fidélis, imagina para os ciclistas, que precisam disputar um espaço com os veículos. A rua é a única ligação entre a Vila dos Coroados (e localidades adjacentes) e o Centro da cidade, e caminho obrigatório para usuários da RJ-158, rodovia que cruza o município. São caminhões, carretas, ônibus, carros, motos; todo mundo dividindo o mesmo espaço. Pelo caminho, além de desviar dos veículos, os ciclistas ainda precisam desviar de buracos, das ondulações e se equilibrar para não cair na vala, que seria para escoar água da chuva, que foi feita durante a colocação da mais recente camada de asfalto na via. Ao invés de escoar, a água fica empoçada na vala que se transformou em uma armadilha para os ciclistas. Em alguns pontos existem várias ondulações no asfalto. Os ciclistas precisam ir quase ao meio da rua para conseguir desviar (veja o vídeo no final).

Considerado o sétimo município onde a população mais anda de bicicleta no Brasil, São Fidélis não possui nenhuma estrutura para oferecer aos ciclistas. “Precisamos contar com a sorte de não sermos atropelados e conseguir concluir esse trajeto que é horrível. Tem carretas e ônibus que passam bem próximo da gente. Parece que vão passar por cima. Somos obrigados a jogar a bicicleta contra o barranco para tentar escapar”, disse uma ciclista. Em 2015, Nazaré Aparecida Klein não conseguiu completar o trajeto. Ela morreu atropelada por um caminhão da Prefeitura de São Fidélis. Nazaré havia acabado de deixar uma de suas filhas em uma creche no bairro Vila dos Coroados, e seguia em sua bicicleta para o Centro do município, quando foi atingida pelo caminhão.

A população sonha com a construção de uma ciclovia, algo que foi prometido durante campanha eleitoral e anunciado pela Prefeitura em um jornal da cidade (foto abaixo), mas a obra que deveria ter ficado pronta no segundo semestre de 2012, não saiu do papel e nem existe previsão de sair. Era apenas uma das muitas promessas para se conquistar um voto nas eleições. Moradores e ciclistas já chegaram a fazer manifestações no trecho onde Nazaré morreu, e interditaram a rua, mas nada mudou. Os riscos só aumentam a cada dia. Veja abaixo, após a foto, um vídeo de um dos trechos que possui ondulações.

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