Mãe e filho se reencontram depois de quase 10 anos de escravidão.

Fotos: O Diário/Isaías Fernandes | Vídeo: Cláudia dos Santos

Um filho que volta a vida! Foi esse o sentimento de dona Rita Mota Rosa, de 72 anos ao reencontrar, Romário Mota Rosa que foi liberto neste sábado (26), após ser vítima de trabalho escravo.

“Um dia meu filho resolveu sair pra procurar emprego e desde então não voltou mais. Eu e toda a família tínhamos dado ele como morto, pois nunca mais recebemos notícias dele. E todo mundo esperando o pior, mas o filho que estava morto reviveu. É muito emocionante pra mim, pois eu tinha fé de encontrar ele vivo, mas os dias iam passando e ele não aparecia, mas agora graças a Deus ele voltou. Não consigo nem explicar a felicidade que estou sentindo”, contou dona Rita, visivelmente emocionada.

Romário só pensa em recuperar o tempo perdido e reconstruir a vida do lado dos seus entes queridos.

“Daqui pra frente quero retomar minha vida, que infelizmente parou. Arrumar um emprego, cuidar da minha mãe, da minha filha e ficar junto com a minha família, que é a coisa mais importante que eu tenho”, disse Romário.

Acompanhe o momento do reencontro entre dona Rita e Romário na 134 DP

Os outras duas vítimas, foram encaminhadas para exames médicos e posteriormente para a “Casa de Passagem”, um abrigo em Campos. A Polícia Civil está trabalhando para manter a segurança das vítimas.

Em entrevista a nossa redação por telefone, o delegado adjunto da 134ª Delegacia de Campos, José Paulo Pires, que comandou a operação de resgate das vítimas, disse que vai cruzar os depoimentos das vítimas com os dos acusados para fazer uma investigação e tentar descobrir outros possíveis crimes que aconteceram no local, entre eles, tortura, lesão corporal, constrangimento ilegal e outros.

Ainda segundo o delegado Paulo Pires, existe uma possibilidade de que exista uma sublocação de trabalho escravo em outras fazendas na região de Angelim, e que uma investigação está sendo feitas para tentar descobrir. O delegado pede para quem tiver informações, entre em contato com a delegacia de São Fidélis pelo telefone 2758-1317 ou com a delegacia de Campos pelo telefone 2724-1580.

Se constatado esses outros crimes, as penas para os acusados, Paulo Cezar Azevedo Girão, de 58 anos, o filho Marcelo Conceição Azevedo Girão, de 33 anos, e o empregado Roberto Melo de Araújo, de 38 anos, que era o responsável por prender as vítimas no quarto, pode chegar até os 30 anos. Os três já respondem por crime de restrição a condição análoga e de escravo, podendo pegar de dois até oito anos de reclusão.

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