Jovens são empossados na Academia Fidelense de Letras

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Fotos: André Moraes

Na noite do último sábado (22.08), a Academia Fidelense de Letras apresentou os dois novos membros ocupantes de cadeiras da instituição: Carla Mangueira Gonçalves, que assumiu a cadeira 36, e Pedro Henrique Leite Ribeiro, na cadeira 40. O evento aconteceu no Salão Nobre do Colégio Estadual de São Fidélis. Na solenidade, o presidente da AFL, Cristóvão Espala, se mostrou muito satisfeito com a admissão dos dois jovens, ambos estudantes, que servem de exemplo para a renovação da literatura fidelense.

– Quando assumi a academia pela segunda vez, eu compartilhei que precisávamos renovar a academia. Pesquisei e percebi que eles são muito competentes. Foram indicações minhas. Conheço a Carla por ler sua coluna no Registro Cultural e o Pedro pelo teatro, por escrever e fazer peças. Eu aposto muito no jovem, que tem facilidade de mexer com informática, de gravar, de gesticular, de fazer teatro. Eu estou com mais de 50 anos e escrevo, mas na hora de declamar já tenho dificuldade de gravar. Então nós precisamos de ver os jovens com capacidade para serem nossos declamadores profissionais. Eles têm essa capacidade e a facilidade de falar, se expressar. Estamos saindo muito fortalecidos dessa posse, e no ano que vem vamos fazer uma nova posse. Precisamos ocupar as 40 cadeiras, ainda faltam cadeiras para serem ocupadas, porque as atividades são intensas. – disse Cristóvão.

Conhecido em São Fidélis pelas constantes aparições em apresentações teatrais e por conquistar prêmios em festivais de poesias, o adolescente Pedro Henrique Ribeiro já era cotado há tempos para entrar na AFL. Ele faz parte da uma família conhecida no cenário da literatura do município e já escreveu cerca de nove peças teatrais, sendo que três já foram apresentadas e outras devem ser em breve. No seu currículo também constam 50 poesias escritas em um caderno, desde a infância, cinco contos e duas crônicas.

1– Eu fiquei muito feliz e grato, porque era algo almejado por meus professores de português e conhecimentos pedagógicos, que sempre investiram em mim, dizendo que tenho um grande potencial na minha escrita e interpretação em poesias e poemas, ao qual ganhei em primeiro lugar no festival estudantil de poesias do ano passado, com a poesia que interpretei. Foi muita felicidade quando eu descobri. Eu venho de uma família de escritores, um dos membros da AFL, o tesoureiro, é meu tio. Minha tia já imprimiu livretos de poesias, minha prima também. Eu sempre me interessei muito pela escrita, minha mãe me colocava pra escrever coisas com muita criatividade. Foi um dom vindo de Deus, que eu fui aperfeiçoando com o tempo. Sou muito grato a Deus por isso. Um dos meus planos é publicar livros, estou com quatro peças para serem escritas e um projeto visual para o youtube, onde serão apresentadas poesias, poemas, textos teatrais, danças e louvores voltados para o público evangélico, com o nome ‘Contramão’, em parceria com a Carla Mangueira. Estamos desenvolvendo isso com outros jovens, além de estar desenvolvendo também alguns textos e poesias pensando em fatos sociais relevantes da sociedade. – ressaltou Pedro Henrique.

A outra empossada, Carla Mangueira Gonçalves, teve discurso parecido, e citou a realização de um sonho. Atualmente ela escreve para um jornal cultural da cidade e vem se tornando referência na área. Nas lembranças do amadurecimento na escrita, lembra da importância de Fátima Panisset, Tânia Mara e Vanessa Figueira Cruz, professoras que ajudaram a aperfeiçoar sua paixão de infância, alimentada pelas histórias contadas pela mãe.

3– Eu fiquei muito feliz porque, desde sempre, eu escrevi, sempre me dediquei. Sempre soube que eu queria viver a escrita. Um dos meus sonhos, desde pequena, era fazer parte da Academia Fidelense de Letras. Quando eu fui convidada, foi como se fosse a realização de um sonho mesmo. Eu comecei a escrever muito cedo, minha mãe sempre me incentivou muito a ler e a escrever. Antes mesmo da alfabetização ela contava história pra mim, e cedo eu também aprendi a contar história. Depois, na alfabetização descobri meu verdadeiro dom, que é escrever. E a partir daí eu não parei mais. Eu escrevia historinha sobre tudo, desde uma coisa mínima, até uma aula. Eu inventava pequenas crônicas infantis, e fui aperfeiçoando isso, até chegar a oportunidade de poder escrever para o Registro Cultural, onde tenho uma coluna sobre Polícia e Sociedade, que já é um grau bem amadurecido de tudo isso que eu venho praticando há cerca de 14 anos. Estou trabalhando em um livro, que está pela metade. Minha pretensão é mandar pra uma editora. Mais pra frente, acho que ainda este ano, vou lançar um livreto de poesia aqui na cidade. Eu ainda não tracei nenhum projeto específico na AFL, mas quero atrair a juventude para o meio da academia, porque as pessoas acham que a literatura é uma coisa para pessoas mais experientes, mas a literatura está aí pra todo mundo, é uma coisa de todos nós, e devemos cultivá-la e fazê-la acontecer cotidianamente. Minhas professoras sempre me incentivaram muito. Eu cito sempre minhas professoras de português, redação e literatura, que sempre me incentivaram a seguir este sonho. Eu faço serviço social, mas meu sonho sempre foi ser escritora, e elas sempre viram isso em mim, sempre acreditaram no meu potencial e me colocaram pra cima. Se eu estou aqui hoje, como membra da AFL, eu devo muito à elas. – disse Carla.

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