Hoje é dia do padroeiro de Colônia: Conheça a história da Freguesia de São João Batista

Um fato que poucos sabem é que a região de Colônia foi a segunda maior em quantidade de imigrantes do Estado do Rio de Janeiro, só perdendo para Petrópolis
Fotos: arquivo Evando Freitas / SF Notícias / divulgação

Sejam bem-vindos, caros leitores. Eu sou Evando Freitas e hoje vou falar sobre a história de Colônia, 4º distrito de São Fidélis. Além da sede e da Ipuca, Colônia e Cambiasca são duas das comunidades mais antigas do atual território municipal. A data de chegada do homem branco a essas comunidades não é precisa, mas podemos contar a partir da construção da primeira igreja, pois na época uma das primeiras construções em um local de povoamento era um templo religioso. A região era uma propriedade de Eugênio Aprígio da Veiga, que por uma iniciativa particular tentou formar um núcleo de povoamento sobre o regime de trabalho livre. Em 13 de janeiro de 1845 Eugênio solicitou da Secretaria do Estado dos Negócios do Império a vinda de imigrantes para sua fazenda, na região do Valão dos Veados. Assim, no ano de 1847 foi oficializada a colônia do Valão dos Veados com 342 colonos, na maior parte portuguesa. Nos dez anos seguintes também vieram cerca de mais 600 colonos para a mesma região, porém esses sem registros de nacionalidade. Com o tempo acabaram por dispersar-se por regiões como Cantagalo, Santo Antônio e Palmital, mas mesmo assim o arraial contava com muitos colonos após a dispersão. (continua após a publicidade)

Em 05 de abril de 1854 foi criado um curato eclesiástico na colônia, posteriormente reconhecida pela lei provincial 829 de 25 de outubro de 1855. O pequeno curato eclesiástico logo foi elevado à categoria de freguesia em 17 de outubro de 1857, com a invocação de São João Batista do Valão dos Veados. Porém a pequena freguesia não prosperou como esperado, sendo a sede transferida para o arraial de Ponte Nova (Cambiasca) no ano de 1864. O relevo da região foi descrito na época como montanhoso, com vales pouco fundos e um valão que dava nome a comunidade. De difícil comunicação devido à falta de estradas, o meio mais rápido de chegar à região era por transporte fluvial. Além da falta de comunicação, os colonos encontraram muitos problemas, confronto com posseiros e pessoas contrárias à sua chegada e moradias precárias (suas casas eram feitas de um material chamado ADOBE junto com madeira e palha). Uma das primeiras construções foi a Igreja dedicada a São João Batista, uma exigência da época do governo imperial para o estabelecimento de um povoamento, cabendo a Eugênio a responsabilidade de construir a igreja e manter o capelão. (continua após a publicidade)

Um destaque que deve ser dado à região da atual Colônia é o fato de ter sido uma região com muitos imigrantes europeus, principalmente portugueses e franceses. No ano de 1847 chegaram à região cerca de 342 colonos. Por volta de 1870 a colônia do Valão dos Veados contava com a presença de 540 colonos, entre portugueses, franceses, belgas, alemães, espanhóis e italianos. Um fato que poucos sabem é que a região de Colônia foi a segunda maior em quantidade de imigrantes do Estado do Rio de Janeiro, só perdendo para Petrópolis. Nos dias de hoje Colônia é o 4º distrito do município de São Fidélis, sendo a segunda maior comunidade do interior, perdendo apenas para Pureza (3º distrito). Com uma economia voltada para agricultura e pecuária, a região cresceu lentamente. Todos os anos a comunidade comemora com grandiosa festa seu padroeiro no dia 24 de junho, São João Batista. Há ainda outras festividades menores, como festas juninas e folias de reis, além da mais recente festa: o Boia Cross na semana do carnaval, evento que tem reunido muitas pessoas, movimentado a economia local, além de proporcionar alegria e convivência aos moradores das comunidades e regiões vizinhas.

Referências:
COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia. 4ª Ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998.
Brazilgenweb – genealogia brasileira.
Franceses no Brasil: séculos XIX – XX/Laurent Vidal e Tania Regina de Luca (orgs.). São Paulo: Editora UNESP, 2009.

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