Esgoto está sendo despejado no Paraíba do Sul sem tratamento em SF

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Fotos: Vinnicius Cremonez/ Marcelo Lopes/Ururau

Diante de uma luta dos municípios do Estado do Rio de Janeiro e alguns do estado de Minas Gerais contra o pedido do governador do estado de São Paulo para a transposição do Rio Paraíba do Sul, surgem a cada dia novas denúncias de crimes ambientais praticados por concessionárias responsáveis pelo tratamento de esgoto e abastecimento de águas dessas cidades, sendo a maioria no estado fluminense.

O projeto apresentado pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin, serve como nova alternativa para a grave crise no abastecimento de água da Grande São Paulo. O projeto começou a ser produzido em 2008 com objetivo de analisar alternativas de novos mananciais para o suprimento de água até o ano de 2035. Segundo cálculos feitos pelo Plano Diretor, a transposição pode levar entre 4,7 mil e 5,13 mil litros de água por segundo para o Sistema Cantareira com custo entre R$ 400 e R$ 600 milhões. Como o Rio Paraíba do Sul é federal e banha os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, qualquer projeto de transposição precisa da aprovação do governo federal, no caso, da ANA (Agência Nacional de Águas).

ESGOTO 3Dois desses casos de denúncias de crimes ambientais acontecem aqui em nossa região, sendo um deles em São Fidélis. Imagens de esgoto sendo lançado no Rio Paraíba do Sul sem nenhum tratamento está circulando nas redes sociais com comentários de indignação por parte da população fidelense.

As imagens feitas próximo ao bairro Gamboa em frente a sede da CEDAE, concessionária responsável em São Fidélis, mostram uma mancha negra com um matéria sendo despejado no Paraíba do Sul sem qualquer tipo de tratamento, e deixam claro que se trato de esgoto. Para piorar o caso, o esgoto está sendo lançado ao lado da central de captação da água que é direcionada as residências do município.

asxdxgfhjghkNossa equipe mostrou as fotos durante uma entrevista ao ambientalista Aristides Sofiatti que confirmou que se trata de esgoto que está sendo lançado no rio. A única dúvida do ambientalista é em qual nível esse esgoto foi tratado, sendo em bruto, primário ou secundário, pois se fosse em nível terciário, a água sairia limpa.

“O lançamento de esgoto se torna mais grave quando lançado acima da captação d’água para abastecimento público porque a eliminação das impurezas se torna mais caro, já que é preciso mais sulfato de alumínio e cloro, pagos pelos usuários” disse o ambientalista.

RIO PARAIBA DO SUL FOTO VINNICIUS CREMONEZ 2Ainda segundo Aristides, se um lançamento como esse não afeta a captação, ele afeta a qualidade da água do rio, pois ele se soma a lançamentos de várias cidades. O resultado progressivo é a redução da biodiversidade e a eutrofização, processo provocado pelo fósforo e nitrogênio que acompanham o esgoto. Assim, a água do rio se torna mais pobre em oxigênio dissolvido, tão necessário aos peixes.

Nossa equipe foi até a sede da CEDAE em São Fidélis, mas fomos informados que o problema seria de responsabilidade da prefeitura do município.

Aristides lembrou que a CEDAE tem uma longa tradição de poluir a água que usa para o abastecimento público, mas as prefeituras e as empresas particulares não lhe ficam atrás. Aristides citou o exemplo da concessionária Águas do Paraíba, responsável pelo tratamento e abastecimento em Campos, e que vem sendo alvo de duras criticas além de pode ser tonar alvo de uma CPI devido as denúncias de derramamento de esgoto sem tratamento no Rio Paraíba do Sul no município.

sgvuhsijgbdcOs riscos que o despejo de esgoto sem tratamento trás ao meio ambiente e a saúde da população são vários, além desse processo contribui para a diminuição da biodiversidade, ele aumenta a contaminação humana e reduz a qualidade da água.

“Isso tudo acontece num momento em que os governos do estado do Rio e os seus município protestam contra a transposição de água do Paraíba do Sul para São Paulo” concluiu Soffiati.

uriejtiljpkoNossa redação também enviou as fotos para o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Segundo o coordenador regional do órgão, Sidnei Machado, uma equipe será enviada ao município para fazer uma coleta do material para ser analisado.

Sidnei informou ainda que o órgão voltará a se pronunciar assim que tiver os dados da análise feita no material recolhido.

Nossa equipe também entrou em contato com o secretário municipal de desenvolvimento ambiental de São Fidélis, Leandro Peixoto, que por telefone informou que todos esses pontos já foram diagnosticados pelo município, e todos serão incluídos no projeto de saneamento do município que já está sendo elaborado. O secretário ficou de mandar uma resposta mais concreta sobre o caso pois estava em uma reunião no momento em que atendeu nossa ligação, mas até o fechamento dessa matéria, a mesma não tinha chegado.

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