Em entrevista coletiva, delegado fala sobre operação ‘Amicus Curiae’

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Fotos: Vinnicius Cremonez / SFnotícias

Desde às 5hs da manhã policiais civis de São Fidélis Cambuci, Campos, Pádua, Itaocara e Niterói estão nas ruas para cumprir 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão pela operação denominada ‘Amicus Curiae’, que em latim, significa amigos da corte. É uma operação em operação civil 23combate à fraude de licitações e dispensas ilegais de licitações dentro da Câmara Municipal de Vereadores de São Fidélis. Os fraudes aconteceram entre 2007 e 2011.

Em entrevista coletiva, o delegado Dr. Rodrigo Maia, que comanda a operação,  contou que foi apurado nas investigações o desvio de cerca de 320 mil reais da Câmara nesse período. Foram presos os três investigados: Marcão, ex-presidente da Câmara Municipal de São Fidélis; Michel Ângelo, ex-presidente da Câmara de Itaocara, e Aldimar, ex-presidente da Itaprev, uma previdência dos servidores municipais de Itaocara. Os três irão responder por crimes de fraude à licitação, dispensa ilegal de licitação, peculato e quadrilha.

” Foi instalada essa quadrilha dentro da Câmara Municipal de São Fidélis. A quadrilha tinha no topo o Marcos e seu braço direito o Michel ângelo. A operação foi desencadeada em quatro cidades: São Fidélis, Itaocara, Niterói e São Sebastião do Alto. No inquérito, foram 20 investigados, e todos denunciados. operação civil 22Nesse momento, temos três presos. Funcionários da câmara foram investigados, mas não foram presos. Eram três grupos. Tinha o grupo do topo da hierarquia, com os três presos, um segundo grupo formado por alguns servidores da Câmara Municipal, e um terceiro grupo formado por empresários. As licitações eram todas fraudadas, operação civil 15 logonão existia competição dentro da licitação. Era um jogo de cartas marcadas. Já se sabia quem ganharia a licitação, e pra onde o dinheiro seria desviado.  Alguns serviços foram executados, mas a maioria sequer foi executada. São serviços de informática, contabilidade e capacitação de pessoal”.

Foram apreendidos vários documentos na casa do Michel e na Câmara de Vereadores de São Fidélis, onde foram apreendidos processos licitatórios originais e as ordens de pagamentos fraudadas, para fazer outras diligencias. As investigações começaram há um ano, a partir de uma denúncia feita no Ministério Público de Itaocara, que repassou para o Ministério Público de São Fidélis, que enviou para a delegacia apurar. Dentro das identificações, aconteceram duas delações premiadas.

“A Itaprev, a princípio, não tem nenhuma participação. O Aldimar é que já foi presidente da Itaprev. Participaram da operação 15 viaturas, 35 policiais civis, dois delegados (SF e Niteroi) e dois coletores do GAEP. As fraudes aconteceram dentro de São Fidélis, dentro da Câmara Municipal”.

operação civil rodrigo maia“O Michel era o operador do sistema. O Marcão dizia qual valor precisava levantar, e ele participava nesse desvio de recurso. As licitações eram feitas sem qualquer estudo prévio, não obedeciam às regras de licitações. Não estudavam quanto aquilo ia gastar. Era feito a Bangu. E nesse período, o Michel e o Aldimar ganharam praticamente todas as licitações. Era um monopólio. O Aldimar tinha uma empresa individual, e o Michel era sócio oculto dele. O servidor atestava como se o serviço fosse prestado, mas nunca foi. Até onde a gente sabe, os servidores não tiveram participação direta, mas eram coagidos. Dez empresas e 17 funcionários da Câmara estão sendo investigados.”, concluiu o delegado titular da 141ª Dr.Rodrigo Maia.

Marcão está sendo transferido nesse momento de Niterói para a 141ª Delegacia Legal de São Fidélis, onde prestará depoimento.

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