Natural de São Fidélis, onde morou no bairro Ipuca, o jovem Matheus Macedo, de 28 anos, cogitou até ser Padre, mas seu amor pela Física o levou por outros caminhos. Ele estudou a vida inteira em um colégio católico particular, foi coroinha por mais de 10 anos, e chegou a frequentar por um tempo o seminário para um dia se tornar Padre. Mas, no Ensino Médio as aulas de Física despertaram o interesse do rapaz por essa ciência.
“Decidi fazer física porque eu achava muito lindo e elegante como a matemática descrevia a natureza que estava ao nosso redor e em 2013 eu fiz o vestibular para Física na UERJ onde fui aprovado e no segundo semestre de 2014 eu fui fazer Física no Campus Maracanã, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro” – relatou ao SF Notícias.
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Ainda no Ensino Médio, o jovem já sabia onde queria estar no futuro. “Durante uma palestra vocacional uma psicóloga perguntou como nos veríamos daqui a 10 anos e um ano antes, em 2012, eu tinha ouvido falar do CERN, que eles tinham descoberto uma partícula nova chamada Bóson de Higgs ou Partícula de Deus e em 2013 os autores da teoria, François Englert e Petter Higgs foram laureados com o prêmio Nobel de Física. Então eu disse para ela, que em 10 anos seria físico do CERN. 10 anos depois, em 2023 eu tive a oportunidade de vir para o CERN trabalhar no experimento que descobriu o Boson de Higgs” – conta. O CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), é o maior laboratório de física de partículas do mundo, localizado em Meyrin, no cantão de Genebra, na fronteira Franco-Suíça.
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O fidelense conta que fez mestrado em Física na UERJ e desde 2021 está no doutorado em Física na UERJ. Já desde novembro do ano passado ele atua no CERN trabalhando em duas áreas, na parte da pesquisa, e tentando descobrir outra partícula, que foi prevista por diversas teorias. “E um outro trabalho que é obrigatório para todos os membros da colaboração, que nós chamamos de atividades de serviço, ou seja, precisamos trabalhar para manter o acelerador e o detector funcionando, no meu caso eu sou gerente de processos, e junto com uma equipe que coordeno somos responsáveis por lidar com todo banco de dados da colaboração, dedicado as calibrações e alinhamento dos subsistemas que compõe o detector de partículas principal. Então a gente testa, valida e implementa as novas calibrações e faz o alinhamento durante a tomada de dados” – relata.
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Matheus acredita que seja o único físico em atividade de São Fidélis e um dos poucos físicos (se não o único) a atuar com pesquisa propriamente dita em física. “Acredito que um pouco da minha história possa ser importante para outras pessoas conhecerem e abrir a mente sobre fazer física e aumentar a influência científica na cidade” – disse.
Para jovens que assim como ele se apaixonaram por essa ciência, ele orienta: “Primeiro, busque conversa e tirar dúvidas com o seu professor de física. Participe de eventos na região e peça para a escola organizar excursões para universidade e laboratórios. Busque documentários no YouTube sobre Física. Converse com o seu professor de física para participar de iniciação científica Júnior, é uma ótima oportunidade para alunos do Ensino Médio em ter contato para pesquisa e muita das vezes tem oportunidade de bolsa” – destacou. Ele também disponibilizou seu Instagram para qualquer dúvida @m.p.macedo.
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