No último final de semana aconteceu a celebração dos 100 anos da associação católica Pia União das Filhas de Maria de São Fidélis. Para celebrar este marco, foram realizadas comemorações, encontros e homenagens na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida e São Fidélis. Atualmente, em São Fidélis, são 09 Filhas de Maria ativas e três ouvintes. Aparecida Imaculada Miranda Ribeiro é a presidente da associação.
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No sábado (07) foi realizada uma Sessão Solene. Na ocasião, foram homenageadas através da recepção de uma medalha jubilar, mulheres que são Filhas de Maria há mais de 50 anos. A fita entregue tem um fio dourado e a medalha é dourada, e foi benta pelo bispo Dom Fernando.
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Foram realizadas ainda uma homenagem póstuma, feita à Dona Jovelina Arêas Rifan, mãe do bispo Dom Fernando, que foi Filha de Maria; e homenagem póstuma à Dona Margarida Maria Barros Silva Lopes, diretora de 1950 a 2014, quando faleceu. Este cargo está vago até a presente data. O pároco Pe. Adriano fez ainda a entrega de um quadro a Irmã Maria Vilma Palagar, religiosa do Instituto do Imaculado Coração de Maria e São Miguel Arcanjo, em Bom Jesus do Itabapoana.
No domingo (08) foi realizado o encontro geral de comemoração ao centenário, que reuniu Filhas de Maria de diversas paróquias da Administração Apostólica. As celebrações contaram com a presença do bispo Dom Fernando Arêas Rifan, Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, do Monsenhor Jonas, do pároco Pe. Adriano Alves Botura e Padre João Bosco, Vigário Paroquial.
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Origem da associação em São Fidélis
Segundo a mestra de Aspirantes, Bárbara Gonçalves de Souza, que tem 17 anos de Pia União, a origem da associação na cidade data de 1924. “Em 1918 o Pe. José Maria Janeiro Moitta, assumiu o cargo de pároco da paróquia de São Fidélis de Sigmaringa, vendo a necessidade de uma formação religiosa para moças começou em maio de 1924 preparação para a fundação da Pia União em São Fidélis” – relata.
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Não é possível dizer precisamente o número de mulheres que fizeram parte da associação ao longo do centenário, visto que alguns livros importantes de ata foram perdidos em enchentes e outras situações, explica Bárbara. Estima-se que centenas de fidelenses fizeram parte desse legado. “Temos casadas de 70, 80 anos, que pode-se dar uma ideia de que sim, podem ter sido centenas. São 100 anos de história. Só conseguimos recuperar 1 livro caixa do início, como o livro de ata foi perdido, a certeza não podemos dar” – disse.
Bárbara relata ainda que todas paróquias da Administração têm a Pia União, e algumas paróquias que a Administração Apostólica atende, como Belo Horizonte e Nova Iguaçu também possuem.
Origem e propósito
O fim da Pia União das Filhas de Maria além de consistir na promoção da maior glória de Deus e do aumento da devoção para com a Virgem Maria, consiste ainda em proteger a inocência das jovens, em defender a sua tenra idade do pestífero contágio do mundo, e em levá-las, por meio de conselhos e de práticas religiosas, ao cumprimento dos deveres que têm a cumprir para com Deus, para com o próximo e para consigo mesma; e, ainda, levá-las à consecução de uma sólida virtude cristã, sob a guarda fidelíssima da Imaculada Rainha do Céu, e segundo os luminosos exemplos da jovem mártir Santa Inez.
A moderna Pia União das Filhas de Maria pretende ter tido origem em uma associação criada no início do século XII, em Ravena, Itália, pelo Beato Pedro de Honestis. Este, tendo feito a promessa de construir uma igreja e um mosteiro em honra da Virgem, reuniu em torno de si, em uma propriedade de sua família, um grupo de clérigos sob o nome de os Filhos de Maria, em honra de um ícone miraculoso de Nossa Senhora, hoje conhecido por “Madonna Greca”.
A associação, aprovada pelo Papa Pascoal II, adotou a regra agostiniana e acabou dando origem à Congregação Portuense de Cônegos Regulares. O Manual de 1922, da moderna Pia União, informa que os membros do sodalício fundado por Pedro se caracterizavam pela medalha que ostentavam no pescoço e pela faixa azul celeste que traziam na cintura.
Uma segunda raiz histórica, invocada no Manual de 1922, refere-se à associação criada em 1594, na paróquia de Mattaicourt, na França, pelo Beato Pedro Fourier (1565- 1640), também da Ordem dos Cônegos Regulares. Com o objetivo de fomentar a piedade mariana na juventude feminina, erigiu a Congregação da Virgem Imaculada. As jovens que faziam parte desta associação traziam como distintivo um escapulário de cor celeste que tinha impresso de um lado a imagem da Imaculada Conceição e de outro a inscrição “Maria foi concebida sem pecado”.
Com informações do MANUAL DA PIA UNIÃO DAS FILHAS DE MARIA; e Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, Vol. 3 Nº 5, Julho de 2011.