Covid-19: Dados apontam que São Fidélis pode entrar na bandeira vermelha

Além do aumento de casos e internações, os óbitos em decorrência da doença voltaram a ocorrer. Somente nos últimos oito dias, foram registradas três mortes
Fotos: Evangelista Drone/ SF Notícias

O aumento de casos ativos de Covid-19 registrado nas últimas semanas e no número de internações de casos suspeitos e ativos vem preocupando em São Fidélis, no Norte Fluminense. Na última semana o município entrou em “bandeira laranja” e um novo decreto foi publicado proibindo a utilização de música como entretenimento para atrair público em bares e restaurantes ou similares, e proibindo o atendimento de pessoas em pé nesses estabelecimentos, com utilização de balcões, calçadas e afins. Além do aumento de casos e internações, os óbitos em decorrência da doença voltaram a ocorrer. Nos últimos oito dias, foram registradas três mortes. Estes são os principais indicadores que determinam a bandeira a ser adotada. “A informação é gerada através do cálculo epidemiológico e também com logaritmos, quando analisamos a previsão de esgotamento de leitos de UTI para SRAG (síndrome respiratória aguda). Todos os indicadores seguem as orientações dadas em notas técnicas pela SES, Ministério da Saúde, Fiocruz e OMS” – explica a sanitarista e epidemiologista, Nathalie Azevedo.

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A epidemiologista afirma que existe a possibilidade de que o município entre na bandeira vermelha diante do cenário epidemiológico que vem sendo observado, e destaca que medidas restritivas podem voltar ser adotadas. “Semanalmente são feitas projeções estatísticas com todos os critérios epidemiológicos que incluem os indicadores de capacidade hospitalar e os indicadores de saúde do município. Na bandeira vermelha funcionará somente o serviço essencial. Bares, lanchonetes e restaurantes poderão operar apenas com entregas e todo processo será fortemente fiscalizado, incluindo o uso de máscara e disposição de álcool 70% por parte da equipe e do entregador. Medidas com relação à fronteira e transporte público também serão adotadas. O plano de contingenciamento está pronto e ajustado para cada bandeira de risco” – informa.

Casos de Covid-19 aumentam entre jovens
Outro dado alarmante chama a atenção no município: o aumento de casos da doença entre os mais jovens. Dos casos confirmados, 24,7% foram em jovens de 15 a 25 anos. “São os grupos com comportamento social de alto risco, pois frequentam bares, lanchonetes e realizam festas, que estão em fase de proibição tanto na zona urbana quanto na zona rural. É também o grupo etário que mais demora para procurar o serviço de saúde. Observamos que o comportamento de risco também inclui o não uso da máscara ou o uso incorreto, nariz fora da máscara, máscara no queixo ou até mesmo a ausência da higienização da máscara, a troca a cada 2h” – ressalta a epidemiologista Nathalie Azevedo.

Existe ainda a preocupação de que os mais jovens transmitam para as pessoas que fazem parte do grupo de risco. “Estamos numa pandemia de um vírus letal e a responsabilidade pela vida dos outros está nas ações de cada pessoa, da coletividade. Compreender isso também faz parte de um processo civilizatório. Não viveremos de forma justa e igualitária numa sociedade onde determinado grupo não compreende a importância do distanciamento social e principalmente, do impacto negativo de ações impulsivas. Definitivamente, uma pessoa que organiza uma festa, sabendo que seus convidados podem morrer por estar na festa, é algo que me assusta. Assim como sair de casa sabendo que podemos levar o vírus para as pessoas que nos amam e pensam que estão protegidas. Não se pode ser a favor da vida e não cumprir distanciamento nesse momento” – destaca Nathalie. De acordo com o último boletim epidemiológico o município contabiliza 1.349 casos confirmados, sendo 1.297 recuperados, 49 mortes e três casos ativos no momento. Entre os 16 casos suspeitos e os casos ativos, 12 pessoas estão internadas e 07 em isolamento domiciliar.

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