Conexões pela internet podem ser um importante aliado para combater o medo de ficar sozinho

O sentimento do medo de ficar sozinho não é algo novo, tão pouco acontece apenas com os mais velhos. Essa sensação está relacionada a diferentes fatores e pode aparecer em diversos momentos ao longo de nossa vida

Por todo o mundo, desde o mês de março, praticamente metade da população está confinada respeitando a quarentena ou sob algum tipo de isolamento social, por conta da pandemia do novo coronavírus. Estamos falando de diversas pessoas que encontraram na internet, quer seja em bate-papos com familiares, amigos, pessoas completamente estranhas ou até garotas de programa, uma forma de se manter socialmente ativas e vencer um inimigo antigo: o medo da solidão. O sentimento do medo de ficar sozinho não é algo novo, tão pouco acontece apenas com os mais velhos. Essa sensação está relacionada a diferentes fatores e pode aparecer em diversos momentos ao longo de nossa vida, inclusive na infância ou adolescência. Para cada pessoa esse sentimento será atribuído a significados diferentes, que estão relacionadas às suas experiências de vida e como elas impactaram o seu emocional. Vale ressaltar que a depender da intensidade do sentimento, é possível se sentir só, mesmo estando rodeado de pessoas, porém, a necessidade do isolamento social para impedir a disseminação do novo coronavírus, contribuiu para que mais pessoas se vissem tomadas pelo sentimento da solidão.

A temática é séria e precisa ser acompanhada de perto. Em São Paulo, por exemplo, os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), perceberam um crescimento no número de chamadas de suicídio ou tentativa de suicídio, relacionadas às incertezas trazidas pela covid-19 e o sentimento de solidão ampliado pelo isolamento social. Neste contexto, se pensarmos nas consequências do isolamento social, passar mais tempo na internet terá efeitos positivos na população. É que um artigo da Associação Americana de Psicologia, que trata do estudo científico sobre falta de conexões sociais, indica que o isolamento social pode trazer riscos à saúde, como desenvolver hábito de fumar ou o alcoolismo, e, além disso a solidão e o isolamento são duas vezes mais danosos à saúde física e mental do que a obesidade, que é um dos grandes problemas da saúde contemporânea. A Mental Health Foundation, uma instituição do Reino Unido que promove a manutenção da saúde mental há 70 anos, recomenda que uma forma de combater os impactos do distanciamento físico de outras pessoas é estabelecendo a conexão, por meio de redes sociais, e-mail ou telefone, com as pessoas, sobretudo aquelas que sejam importantes em sua vida.

No mundo virtual
Enquanto as ruas ficam mais vazias por conta do novo coronavírus, as plataformas digitais vão ficando ainda mais movimentadas. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até o mês de junho de 2020 o Brasil já registrava um crescimento entre 40% e 50% no consumo de internet no país. Quando avaliado no comparativo com o mês período do ano passado, a Akamai, plataforma de armazenamento em nuvem responsável por 30% do tráfego online mundial, destaca que no mês de abril o aumento foi de 112%. É que com a pandemia mais pessoas passaram a depender da internet para realizar as atividades de home office, ensino à distância, serviços financeiros, e é claro, acesso a sites de streaming, vídeos e séries, sites de entretenimento e também de acompanhantes, além de trocar milhares de mensagens por dia nas redes sociais. O uso das redes sociais, por exemplo, é um dos destaques desse período de pandemia. Segundo a empresa Facebook, proprietária dos aplicativos Facebook, Instagram, WhatsApp e Mensseger, o crescimento médio do número de usuários é de 11%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para se ter uma ideia, no início de 2020, as projeções de crescimento estimavam que em 2023, 114.5 milhões de brasileiros estariam nas redes sociais, um crescimento de 20% em relação ao total de usuários existente à época. No entanto, análises do final do primeiro semestre deste ano, apontam que já passamos dos 141.5 milhões de usuários ativos, derrubando por completo a projeção. Outras plataformas, como o LinkedIn, registrou o crescimento no tempo de permanência: 1,7 milhões de horas assistidas de conteúdo profissional ou educativo, apenas na primeira semana de abril, resultado três vezes maior que em janeiro, quando a contagem era de 560 mil horas assistidas.No ranking de países com maior projeção de crescimento, a China ocupa o primeiro lugar, seguida por Índia e Indonésia. O Brasil está em quinto lugar.

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